sábado, 11 de dezembro de 2021

💻 MIL POSTAGENS NO INSTAGRAN 💻

🖥️ 💻 🖱️. 👨‍💻 🖱️ 💻 🖥️

📱🎉 Chegamos à milésima postagem do nosso perfil do Instagran (@josericardope01), com 99% das postagens voltadas para o meu projeto de divulgação e disseminação de conhecimento histórico nas redes sociais: o MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR. O perfil surgiu em 6 de outubro de 2018, ainda sem grandes pretensões de atingir as proporções que chegou. Em 26 de maio de 2021 conquistamos nosso primeiro 1 K – mil seguidores – e estamos crescendo cada vez mais.

O perfil do Instagran é um espaço a mais para o MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR, chegando a um público mais jovem e adolescente que faz uso desta rede social, em sua maioria estudantes de ensino fundamental e médio. A cada postagem uma nova História é contada e relembrada, personagens importantes e relevantes são tirados do esquecimento, e mais pessoas têm acesso à informações sobre História que ficam, na maioria das vezes, apenas restritas às salas de aula.

Ao proporcionar este conhecimento sobre a História espero que estimule as pessoas a gostarem mais dessa ciência e procurarem saber mais sobre o passado, que diz mais sobre o presente do que imaginamos. Sob a inspiração de Clio, a musa dos historiadores, seguimos adiante na missão de contar histórias "para que os feitos dos homens não se percam nas névoas do tempo". A luta não apenas continua, mas ela é contínua; e o mar da História é agitado demais para dormirmos em berço esplêndido esperando o gigante acordar!💪🌊👊⏳🙅‍♂️🙅🏿‍♀️

#milesimapostagemnoinstagran
#historianasredessociais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Saiba mais sobre nosso projeto neste link 🖱️ https://linktr.ee/josericardope

⏳#muitahistoriapracontar⌛

sábado, 20 de novembro de 2021

👊🏿💪🏾👨🏿‍🦲 Reflexão sobre o Dia da Consciência Negra 👩🏿‍🦱💪🏾👊🏿

👊🏾👊🏾👊🏾 Quando não negam o racismo, tentam minimizá-lo com frases de efeito como as ditas pela apresentadora (BRANCA) Ana Maria Braga no encerramento de seu programa matinal do dia 20 de novembro de 2020: "Não precisamos de um dia de consciência negra, branca, parda, amarela, albina. A gente precisa de 365 dias de consciência humana". Mais uma retórica daqueles que pretendem minimizar mais de 300 anos em que negros foram tratados como coisas e que mesmo após a abolição de 1888 ainda estão presos às correntes do preconceito e da discriminação. Não vamos baixar a guarda, nem calar a voz. Racistas e fascistas não passarão!

#consciencianegrasim
#empoderamentonegro

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

⏳ TIRANDO DÚVIDAS DE HISTÓRIA ⏳Zumbi era escravista?🤔 😳😌😒

⛓️👦🏽⛓️👨🏽‍🦱⛓️👨🏾‍🦰⛓️👨🏿‍🦲⛓️

🤔 A respeito da questão a cerca da posse de escravos por parte de Zumbi dos Palmares, o que se pode dizer com exatidão é que NÃO EXISTEM FONTES OU DOCUMENTOS HISTÓRICOS, NEM RELATOS TESTEMUNHAIS DA ÉPOCA QUE CERTIFIQUEM ISSO. O personagem histórico Zumbi é apresentado pela historiografia como o líder rebelde do Quilombo dos Palmares, sua luta era pela liberdade dos quilombolas e negros escravizados de sua época. Zumbi viveu no século XVII, sendo portanto INCORRETA esperar ou fazer dele um ABOLICIONISTA, pois o movimento abolicionista só ganharia forma dois séculos depois, dentro do contexto da crise do sistema colonial frente ao avanço do capitalismo industrial. Autores cujos trabalhos foram abalizados pela Academia, portanto passaram pelo processo metodológico de pesquisa histórica, são unânimes em afirmar que a tese do "zumbi escravista" não se sustenta por falta de relatos, documentos ou fontes que creditem veracidade ao fato em questão. A principal referência usada para defender essa tese é de um jornalista sem formação acadêmica em História e defensor de ideias revisionistas já refutadas pela Academia.

#fakenewshistorica
#revisionismohistorico
#desinformacaonasredessociais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

terça-feira, 2 de novembro de 2021

😒 NÃO SOU COVEIRO, E DAÍ? 😤

✝️⚰️🕯️🦠🕯️⚰️✝️

🖤 No dia de finados de aproximadamente 600.000 brasileiros que tombaram por causa da covid-19 nunca é demais lembrar a falta de respeito, empatia e solidariedade do principal mandatário da República para com as centenas de famílias que perderam seus entequeridos. Se trata de um projeto de poder cruel, desumano e insensível, portanto incompatível com o humanismo que as sociedades democráticas e civilizadas esperam de suas lideranças. Manifestamos nossa solidariedade para com todos que perderam um entequerido para esta triste doença e que se sentem órfãs de uma palavra de consolo da principal autoridade do país. 😞😔😕🙁😢😭

#lutopelasvitimasdacovid
#necropolitica

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

UMA HOMENAGEM AO DIA DO NORDESTINO

🔪🗡️ Fomos de lutas históricas:

💣 Insurreição Pernambucana de 1645
💣 Guerra dos Mascates de 1710
💣 Conjuração Baiana de 1798
💣 Conjuração dos Suassunas de 1801
💣 Revolução Pernambucana de 1817
💣 Junta Governativa de Goiana e da Convenção de Beberibe de 1821
💣 Confederação do Equador de 1824
💣 Sabinada de 1837
💣 Balaiada de 1838
💣 Pedra do Reino de 1835
💣 Revolta dos Escravos Malês de 1835
💣 Revolução Praieira de 1848
💣 Ronco da Abelha de 1851
💣 Movimento Abolicionista do Ceará
💣 Canudos de 1896
💣 Cangaço do final do século XIX e começo do século XX
💣 Sedição de Juazeiro de 1913

⚔️ Quem lutou pra expulsar os holandeses?
⚔️ Quem deu o primeiro grito de república do Brasil?
⚔️ Quem chegou ao poder por 75 dias antes da emancipação política?
⚔️ Quem conseguiu antecipar a independência em onze meses com a  Convenção de Beberibe?
⚔️ Quem lutou contra o absolutismo de D. Pedro I?
⚔️ Quem fez o manifesto dos praieiros?
⚔️ Quem defendeu a abolição dos escravos em discursos ardorosos no Teatro de Santa Isabel?

💪🤨👊 Quem tem Frei Caneca, Henrique Dias, Felipe Camarão, Manoel Faustino dos Santos, João de Deus Nascimento, Lucas Dantas de Amorim, Luís Gonzaga das Virgens, Antônio Conselheiro, Lampião, Cipriano Barata, Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, Padre Roma, Frei Miguelinho, Bernardo Vieira de Melo, José de Barros Lima (Leão Coroado), Gervásio Pires Ferreira, Antônio Gonçalves Cruz (Cabugá), André Vital de Negreiros, Malunguinho, Zumbi, Manoel Francisco dos Anjos, Negro Cosme, vaqueiro Raimundo Gomes, Francisco Sabino Álvares da Rocha, Bárbara Pereira de Alencar, Anna Paes, Branca Dias, Maria Quitéria de Jesus Medeiros, Joana Angélica, Maria Felipa, Corneteiro Lopes, Padre Ibiapina, Beatinho, e as heroínas de Tejucupapo não cede aos caprichos do despotismo e do autoritarismo. Somos libertários por natureza, rebeldes por ideal, e livres por essência! 💪🌵👊

#diadonordestino
#orgulhodesernordestino
#historiadonordestebrasileiro

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛


domingo, 26 de setembro de 2021

🛐 DEUSES, HOMENS E ATEUS 🧐

📖✍️ Por José Ricardo de Souza*

Quando alguém diz: "eu acredito em Deus", a primeira indagação que faço é: "a qual deus ela se refere?"🤔 Estaria ela falando de Iawvé, de Jesus Cristo ou de Alá, as principais divindades das três grandes religiões abrâamicas monoteístas? 🔯✝️☪️ Ou se reportando a Buda (que nem é um deus propriamente dito, assim como o Budismo não é uma religião), a Vishnu, a Ganesh, a Shiva, a Brahma, algumas das divindades do panteão asiático?🤔 Ou seria uma lembrança dos deuses do passado como Ísis, Seth e Osíris dos egípcios, Zeus, Atena e Poseidon dos gregos; Júpiter, Minerva e Netuno dos romanos; Odin, Thor e Loki dos nórdicos; Quetzalcoalt dos Astecas, etc...?🤔 (a lista é bem mais extensa, cite apenas alguns dos deuses desses povos). Será que essa menção é estendida aos deuses cultuados pelas populações indígenas e afro-brasileiras também?🤔 Assim chegamos ao primeiro ponto, que é a existência de várias divindades que foram e/ou são cultuadas por povos diferentes em épocas e culturas diversas.

O fenômeno religioso é muito mais cultural do que teológico. E mesmo assim não sustenta a ideia da existência da divindade, expressa apenas o desejo dos seres humanos de lidarem com a chamada transcendência, essa relação com o sagrado, que media nossa existência em questões existenciais como a doença, o sofrimento e a morte; ambas reflexos da condição humana, mas que em busca de sentidos e significados, o ser humano historicamente buscou uma explicação além do racional, e encontra isso no campo mítico. Religiões e religiosidades são expressões de natureza mítica, pontuadas em crenças que se explicam a partir da fé, da crença, materializada em símbolos ou espaços do sagrado. 🙏 Como fenômenos sujeitos à temporalidade e à cultura devem ser entendidas também sob o crivo das ciências humanas e sociais, como a História, a Antropologia, a Sociologia (sem esquecer da Filosofia, claro).

Outro ponto que julgo pertinente nesse debate é sobre a negação da divindade, popularmente chamada de ateísmo. A princípio é bom destacar que não existe "ateísmo" (assim como não existe "religião" no singular), mas sim várias expressões do pensamento ateísta, que é tão diverso quanto o pensamento religioso. O ateísmo de Richard Dawkins não é o mesmo de Stephen Hawking, que não é o mesmo de Marx ou de Nietzsche, só para citar alguns exemplos. Negar a existência de uma divindade e de tudo o que a ela se refere é apenas o ponto de partida para estes teóricos. Lembrando que diferentemente dos ateus, temos os chamados agnósticos, que também não acreditam, mas dizem não ser possível comprovar empiricamente a não existência da divindade, por isso preferem ficar na cômoda situação do "talvez".❓

Num país de maioria religiosa, como é o caso do Brasil 🇧🇷, existe um preconceito muito grande em relação às pessoas ateias, maior do que se imagina. 😠 Eu sempre digo que é mais fácil hoje "sair do armário" (expressão usada para quem assume a homoafetividade) 🏳️‍🌈 do que "sair da caverna" (numa clara alusão ao mito da caverna de Platão) . 🧐 Um candidato que se declara homoafetivo poderia até chegar a ser presidente da República, mas um ateu declarado jamais chegaria a este cargo no Brasil. 🗳️ O discurso antiateista é reforçado com frases sutis (assim como outras mazelas como o racismo também o são) do tipo "é impossível viver sem deus", "matou porque não tem deus no coração", "isso é um degenerado porque não tem fé", etc... Discurso esse reforçado pela própria mídia, principalmente nos programas policialescos. 📺 Além, é claro de condenarem os ateus ao inferno! Coisa que nem ateus acreditam que exista! 😳

Afinal, o que querem os ateus?🤔 Se você pensou que eles pretendem o fim de sua religião, você decididamente não sabe nada sobre ateísmo!😒 Aos ateus, não importa em quem ou no quê você acredita, contanto que você esteja feliz e satisfeito com as respostas que encontrou para responder aos dilemas de sua existência.😃 Ateus honestos não se preocupam em atacar ou macular religiões e religiosidades. Agora se tem um ponto do qual eles não abrem mão é sobre a laicidade do Estado. 🏛️

A laicidade é a separação entre Religião e Estado, cujas origens remontam ao pensamento iluminista que norteou a Revolução Francesa de 1789, ⚔️💣🔫 sendo um dos princípios basilares do republicanismo e portanto do Estado Democrático de Direito. O Estado laico, ao contrário do que pregam alguns religiosos mal intencionados ou desonestos mesmo, defende a liberdade religiosa e a preservação dos seus locais de culto e de suas liturgias. 🙏🛐🙏 É diferente do Estado antirreligioso que proíbe, persegue e restringe as expressões do Sagrado em seu meio. Embora alguns veem a laicidade como uma inimiga ou entrave para o desenvolvimento das religiões, ela é muito mais útil e necessária do que se imagina, principalmente num país marcado pela diversidade religiosa. Historicamente falando, já vimos que a simbiose entre Estado e Religião nunca deu certo, principalmente para as camadas mais baixas da pirâmide social. Exemplos não faltam: os faraós egípcios, os imperadores romanos, o cesaropapismo, a Igreja Católica medieval, a Inquisição, etc. 😒

As religiões e religiosidades devem ser entendidas como construções meramente históricas e culturais. Ninguém nasce judeu, cristão ou muçulmano (só para citar as três maiores do monoteísmo), mas se torna judeu, cristão e muçulmano a partir de suas experiências cotidianas mediadas pela cultura adotada pelo grupo social a qual pertencem. 🕍 💒 🕌 A fé e as crenças atribuem sentidos e significados que respondem às inquietações existenciais, e são importantes nesse aspecto porque precisamos servem como sustentação psicológica para lidar com temas dilacerantes como dores e perdas. 😞😓 Religiosos, arreligiosos, ateus e agnósticos precisam aprender a conviver pacificamente, cada qual respeitando o espaço do outro. 🤝 A minha descrença (sou ateu e não escondo isso) não me dá o direito de ofender a sua crença. Assim como a sua crença não te dá o direito de ofender a minha descrença. Ambos temos a obrigação moral e ética de respeitar as posições divergentes e procurar na convergência (sim, existem pontos comuns que ateus e religiosos concordam, como por exemplo nas discussões sobre ética) o que podemos estabelecer dentro de um diálogo interreligioso pautado nas experiências dessa relação entre profano e sagrado. Como se pode perceber temos muito o que aprender e ensinar quando deixamos nossa arrogância e soberba intelectuais de lado e nos deixamos levar pela curiosidade e pelo encanto com o conhecimento que a fé ou a descrença do outro podem proporcionar. 📚

Não temos respostas para tudo, nem certezas do nada, mas continuamos buscando entre o céu e a terra os porquês que provocam nosso raciocínio há milênios de existência. Caminhamos entre o mito e a razão, entre o dilema da vida e a dúvida do pós-morte, entre elementos que julgamos tão fortes quanto nossas crenças: ar, água, fogo, terra. Os deuses do passado viraram mitologia no presente, e os deuses do presente, o que virarão no futuro?🤔 Guimarães Rosa tinha razão quando eacreveu em seu célebre Grandes Sertões: Veredas: "Reza é que sara da loucura"?🤔 São tantas questões que se somam aquela que me fez escrever este artigo: "Deus existe?" A qual respondo que, enquanto historiador, não me atenho a existência ou não da divindade, deixando este dilema para os teólogos. A eles cabe se debruçar sobre este tema. Ao meu olhar, de estudioso das ciências humanas e sociais, ⏳ me interessam como os seres humanos 👩‍👩‍👦‍👦👩‍👩‍👧‍ agiram, sentiram, pensaram, e quais relações sociais, políticas, econômicas e culturais estabeleceram entre si baseando-se em suas crenças.

📝 O autor é historiador, professor da rede pública estadual, membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista, criador do projeto Muita História pra Contar. ⏳❤️⌛


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

💣⚔️💥 PAULISTA DE PERNAMBUCO E OS FARRAPOS GAÚCHOS 💥⚔️💣

🎉 O dia 20 de setembro é celebrado anualmente pelos gaúchos por ser a data do início da Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil brasileira, que durou de 1835 a 1845.

Os farrapos questionavam o sistema tributário da época, que atingia principalmente o preço do charque dos grandes estancieiros gaúchos, forçando-os a pegar em armas pela emancipação de Santa Catarina, transformada em República Juliana, e do Rio Grande do Sul, que ficou sendo a República de Piratini.

A revolta foi sufocada após a maioridade de D. Pedro II e graças às estratégias pouco éticas de Luís Alves de Lima e Silva, o então Barão de Caxias, algumas com resultados desastrosos como o massacre dos lanceiros negros em Porongos em 14 de novembro de 1844.

Apesar de distantes 3781,3 Km em linha reta, os farrapos sulistas e um bairro de Paulista tem uma coincidente relação. Várias ruas de Paratibe homenageiam líderes farroupilhas como Davi Canabarro e Bento Gonçalves: as ruas General Bento Gonçalves e a 3 travessa General Canabarro. Além dessas duas ruas, uma escola privada do local se chama Anita Garibaldi, localizada na rua Severino Francisco Lopes. Anita foi companheira de Giuseppe Garibaldi e ambos lutaram na Guerra dos Farrapos.

Gaúchos e paulistenses têm algo em comum, apesar da maioria de ambos desconhecerem estas coincidências. 🙄😳🧐

#186anosdoiniciodaguerradosfarrapos
#guerraserevoltasbrasileiras
#geografiaehistorialocais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

domingo, 19 de setembro de 2021

🏤👨‍🏫 📖 ✍️ CENTENÁRIO DE PAULO FREIRE 📖✍️ 👩🏽‍🏫🏤

📚✏️ Amado por muitos e odiado por outros, mas incompreendido pela maioria dos seus detratores, Paulo Freire continua sendo uma referência quando o assunto é educação. O filósofo, pedagogo, pensador Paulo Freire fez de uma observação simples o princípio de sua pedagogia: a aprendizagem se dá a partir da percepção da realidade e de sua transposição para o mundo fonético das palavras. Através de Freire, mais do que significados, as palavras ganharam um sentido na vida de quem as aprendia. Ao contrário dos que o acusam, Paulo Freire nunca foi comunista ou socialista, mas sim um visionário. Ele acreditava no poder libertário da educação. Sabia que o domínio das palavras era um caminho para as classes mais empobrecidas se empoderarem e construírem novos horizontes. A sua revolução não seria pelas armas ou com sangue, mas com livros e lápis, e cérebros questionando e refletindo sobre a realidade social. Infelizmente, em tempos de fake news e polarização partidária, Paulo Freire foi colocado no centro de um debate que não nunca foi o dele: o da política partidária. A práxis freiriana é voltado ao campo do conhecimento, da produção de saberes, que ele mesmo colocou não existir saber superior ou inferior, apenas saberes diferentes. Não é por acaso que desde 2012 ele é o patrono da educação brasileira (PL 12612/12, embora já tenham tentado revogar essa PL, mas sem sucesso).

Paulo Freire é o autor brasileiro mais citado em trabalhos acadêmicos do mundo. Sua obra é estudada nas melhores universidades, inclusive em Havard. Seu método de ensino, baseado na leitura de mundo precedida da leitura da palavra com destaque para a autonomia do educando, enquanto sujeito do processo pedagógico, foi responsável pela alfabetização de centenas de jovens e adultos. Foi agraciado com cerca de 48 títulos, entre doutorados honoris causa e outras honrarias de universidades e organizações brasileiras e do exterior. É considerado o brasileiro com mais títulos de doutorados honoris causa e é o escritor da terceira obra mais citada em trabalhos de ciências humanas do mundo: Pedagogia do oprimido. Seus opositores dificilmente conseguirão macular, apagar ou retirar seu nome da lista dos grandes pensadores educacionais do mundo.

Paulo Freire e sua obra está muito além do discurso de ódio usado pela maioria de seus detratores quando o chamam de comunista (embora a maioria sequer sabe a diferença entre socialismo e comunismo, muito menos tenham lido Marx, Engels ou Trotski) e o culpam pelas deficiências do atual sistema de ensino. Seus detratores nunca leram sequer "A Importância do Ato de Ler", o livrinho mais básico para entender a pedagogia freidiana.  A aversão que a direita brasileira tem dele é porque a pedagogia de Paulo Freire provoca questionamentos, forma cidadãos críticos sobre a realidade social na qual estão inseridos, e isso desagrada a elite do atraso que sonha com a volta da sociedade no estilo "casa grande e senzala". Quem destrata Freire o faz porque não lê, é doutrinado por correntes de WhatsApp, e acredita em vídeos de youtuber de extrema-direita. Paulo Freire é um dos maiores pensadores e intelectuais brasileiros. E não será meia-dúzia de desonestos intelectualmente, formados em História Politicamente Incorreta Narloquiana pela UNIZAP e com especialização pela Fac-Face que vão conseguir destruir ou apagar o que o mestre recifense deixou. Paulo Freire deixou um legado que deve ser valorizado por todos aqueles que acreditam no papel revolucionário de uma educação com compromisso social. Viva Paulo Freire! Salve o patrono da educação brasileira! 👏👏👏👏👏👏

#centenariodepaulofreire
#freirepatronodaeducacao
#porumaeducacaolibertaria

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo de Souza 🖋️professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

📚✏️👨🏻‍🎓👨‍🏫 O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE 🧑‍🎓✏️📚

📖✍️ Não se pode falar em educação sem amor.

📖✍️ A leitura do mundo precede a leitura da palavra.

📖✍️ Toda neutralidade afirmada é uma opção escondida.

📖✍️ Não há saber mais ou saber menos, há saberes diferentes.

📖✍️ Esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo.

📖✍️ Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.

📖✍️ Palavra não é privilégio de algumas pessoas, mas o direito de todos.

📖✍️ A educação é um ato de amor, por isso mesmo, um ato de coragem.

📖✍️ Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.

📖✍️ A alfabetização é muito mais que ler e escrever. É a habilidade de ler o mundo.

📖✍️ Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário.

📖✍️ Sendo professor, nunca te falte consciência de classe, nem compromisso social.

📖✍️ Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

📖✍️ Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.

📖✍️ Se não posso estimular sonhos impossíveis, não devo negar o direito de sonhar com quem sonha.

📖✍️ Se eu não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo as pessoas, não posso entrar em diálogo.

📖✍️ Luto por uma educação que nos ensine a pensar e não por uma educação que nos ensine a obedecer.

📖✍️ Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.

📖✍️ Ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

📖✍️ Eu gostaria de ser lembrado como um sujeito que amou profundamente o mundo e as pessoas, os bichos, as árvores, as águas, a vida.

📖✍️ É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.

📖✍️ Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.

📖✍️ Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também.

📖✍️ Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.

📖✍️ Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica.

📖✍️ Ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário.

📖✍️ Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gente e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.

📖✍️ Que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mas hipócrita, de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? Lavar as mãos em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele.

📖✍️ Nenhuma pedagogia que seja verdadeiramente libertadora pode permanecer distante do oprimido, tratando-os como infelizes e apresentando-os aos seus modelos de emulação entre os opressores. Os oprimidos devem ser o seu próprio exemplo na luta pela sua redenção.

📖✍️ É preciso ter esperança. Mas tem que ser esperança do verbo esperançar. (...) esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso, é muito diferente de esperar; temos mesmo é de esperança.

#100AnosdePauloFreire
#PensamentosdoMestrePauloFreire
#FreirePatronodaEducacaoBrasileira

 🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo de Souza 🖋️professor e historiador.

 ⏳#muitahistoriapracontar⌛



sábado, 11 de setembro de 2021

✈️🏬💥 WORLD TRADE CENTER - A SIMBOLOGIA DE UM ATENTADO 💥🏬✈

📝 por José Ricardo de Souza

⏳ Historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor, membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista-PE ⌛

A série de atentados terroristas ocorridos no dia 11 de setembro de 2001 foi carregada de significados simbólicos escolhidos, aleatoriamente ou não, para chocar a opinião pública mundial e demonstrar as fragilidades do sistema de defesa norte-americano. A execução dos atos de terror foram meticulosamente planejados, de forma que, cada ação tivesse um efeito moral, ou melhor desmoralizante, como se fossem pequenos atos cirúrgicos, com o objetivo de mostrar ao mundo as feridas abertas no coração da América capitalista.

A escolha dos alvos, no caso o World Trade Center, o Pentágono, e provavelmente a Casa Branca, revelam que os terroristas pretendiam muito mais do que destruir alguns prédios, levando consigo alguns vidas inocentes. Seus objetivos tinham um alcance maior, mais amplo, pois estavam lidando com símbolos, verdadeiros ícones dos Estados Unidos, e que portanto, se fossem atingidos, teriam uma repercussão ímpar na sociedade americana. As armas escolhidas, no caso aviões que faziam vôos comerciais internos, também revelam uma predisposição em atacar os Estados Unidos, usando empresas de nacionalidade norte-americana (no caso a American Airlines e a United Airlines).

O principal alvo atingido, o World Trade Center, era muito mais do que dois grandes gigantes de concreto incorporados no conjunto arquitetônico de Nova Iorque, as torres gêmeas eram símbolos da prosperidade norte-americana. Nada poderia representar melhor o capitalismo globalizado do que o World Trade Center, pois lá existiam mais de 500 empresas, e circulavam por dia, aproximadamente mais de 100000 pessoas, das mais variadas nacionalidades (inclusive brasileiros), dentre turistas e pessoas que trabalhavam nas dependências dele. Podemos dizer que o World Trade Center era um micromundo que simbolizava o cosmopolismo nova iorquino, ou seja, o estereótipo da cidade dos sonhos de qualquer habitante do Terceiro Mundo, uma terra de oportunidades, como se referiu um dos brasileiros que lá vivem.

O tempo decorrido de aproximadamente vinte minutos entre um colisão de um avião e a outra, foi o suficiente para que as grandes redes de TV americana mostrassem em tempo real, para todo o mundo, o impacto do segundo Boeing contra o edifício. Numa escala planetária, milhões de pessoas assistiram toda a manipulação do horror terrorista do que pode ser considerado o maior e mais bem articulado atentado de todos os tempos. Ficou demonstrado a força veicular dos meios de comunicação, agora numa escala verdadeiramente globalizada, fazendo uso de recursos como satélites, TV a cabo, Internet, etc.

Atingir o Pentágono, outro símbolo do poderio norte-americano, foi mais outra ação ousada dos terroristas. No Pentágono estão sediados o Ministério de Defesa e o Estado Maior das Forças Armadas. A idéia que cerca o Pentágono sempre foi a de uma fortaleza inexpugnável, que jamais poderia ser atingida, monitorada pelo que há de mais avançado em serviços de segurança e inteligência. O ataque terrorista veio pôr toda essa premissa por terra. O Pentágono mostrou-se, tão vulnerável, como Nova Iorque, ou qualquer outro ponto que fosse escolhido para um ataque. Algo que, na época da Guerra Fria, poderia até ser pensada do ponto de vista de uma invasão externa, mas nunca imaginada a nível interno, ainda mais atingido por aviões tomados por seqüestro, e jogados contra o símbolo maior do belicismo americano.

Outros possíveis, ou prováveis alvos que foram citados, mais precisamente a Casa Branca e a casa de campo do presidente da república em Camp David, também possuem conotações simbólicas, pois ambas servem de residência para o chefe maior da nação, no caso o próprio presidente, além da coincidência (ou não) de que foi em Camp David que foram assinados vários acordos de paz entre palestinos e judeus. O ato de morrer num ataque suicida também possuí sua mística simbólica, pois terroristas que optam por esta vertente, acreditam piamente que lutam por uma causa sobrenatural, ou mesmo divina. Para eles, morrer para a honra e glória de Alá, não é o fim da existência em si mesmo, mas sim um caminho para a recompensa eterna, para a salvação do espírito, numa perspectiva mais ampla.

Os Estados Unidos não tiveram apenas perdas significativas no ponto de vista material e humano, mas principalmente nas simbologias que cercam o imaginário de qualquer povo ou cultura do mundo. O que mais causa dor na América ferida e duramente atingida, não é apenas a desmoralização pelos estragos ocorridos, mas também a marca da destruição em idéias, conceitos, paradigmas que fundamentaram a ideologia da supremacia norte-americana durante anos. Para se contrapor a isso, os norte-americanos tentam reabilitar seus símbolos. O uso constante da bandeira nacional, pode ser citado como um exemplo dessa busca pela auto-estima magoada e ferida após os atentados.

📖✍️ Artigo publicado no Jornal Folha de Pernambuco, edição de 11 de setembro de 2002.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

🗡️🇧🇷 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A "INDEPENDÊNCIA DO BRASIL" - II 🇧🇷🗡️

🤝🏻 Não podemos afirmar que houve uma ruptura na cúpula do poder político, mas no máximo uma transição negociada com o próprio reino português, onde o princípe-regente nada mais era do que o herdeiro de D. João VI, o princípe D. Pedro. A famosa citação atribuída ao próprio D. João VI dá uma ideia disto: "Pedro, se o Brasil se separar, antes que seja para ti, que me hás de respeitar do que para qualquer desses aventureiros". (Citado em COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. Saraiva: São Paulo, 1990)

💰 O Brasil deixou de ser dominado dentro do contexto colonialista de Portugal, mas passou para a influência do capitalismo da Inglaterra, que teve várias benefícios com a nossa emancipação como a renovação dos Tratados de 1810 que davam aos ingleses privilégios alfandegários. A única coisa que a Inglaterra não conseguiu dentro do contexto da emancipação foi a abolição da escravatura, uma vez que a mão-de-obra escrava era até então a base da economia da época.

😕 A população, em geral, nada teve a comemorar no dia 8 de setembro de 1822. A maioria da população continuava escrava, analfabeta e excluída das decisões nacionais. Os fazendeiros mantiveram seus latifúndios. A economia, que antes era dominada pelos portugueses, agora passaria a ser pelos ingleses. A mudança de regime não alterou, nem modificou as estruturas sociais da época, apenas consolidou o poder das arsitocracias rurais.

💣 Finalmente, para concluir, é equivocada a ideia de que ao contrário dos E.U.A. a nossa "Independência" se deu de forma tranquila e pacífica. Aconteceram verdadeiras "guerras pela independência" nas províncias em que a presença portuguesa era forte (Grão Pará, Piauí, Bahia) e também na província Cisplatina, que fora anexada por D. João VI dos espanhóis, mas que nunca aceitaram a dominação brasileira. Houve conflitos sim, e muita gente derramou o sangue para assegurar a "Independência". O Imperador D. Pedro I chegou a contratar soldados mercenários de outros países para reprimir os levantes, o que resultou em mais mortes e várias prisões.

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🗡️🇧🇷 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A "INDEPENDÊNCIA DO BRASIL" 🇧🇷🗡️

🌍 A emancipação pollítica do Brasil foi influenciada por dois grandes fatos internacionais: a Independência dos Estados Unidos em 1776 e a Revolução Francesa de 1789

🇧🇷 Ao contrário dos países europeus, não existia no Brasil um sentimento de nacionalidade antes da emancipação, até porquê o Brasil era uma colônia portuguesa. Num caso "sui generis" no Brasil primeiro se criou o Estado para depois se construir um conceito de nação.

👑 O Brasil foi o único país das Américas que adotou o regime monárquico após a emancipação. O México também escolheu este caminho, mas lá a monarquia não durou sequer três meses...

💣 O grande medo das elites colonais, formada por latifundiários escravistas, era de que a exemplo do que aconteceu no Haiti, as camadas populares emcabeçassem o processo de emancipação, o que poderia resultar em mudanças sociais como o fim da escravidão.

⚖️ A Maçonaria teve um papel importante na condução do processo, e muitas personagens da independência foram mações, como José Bonifácio de Andrada e Silva, José Clemente de Oliveira e o próprio D. Pedro.

💰"Colônias não deixam de ser colônias só porque são independentes", a opinião do ministro inglês Disraeli deixava claro que mesmo livre da dominação portuguesa era preciso muito mais do que um "grito no Ipiranga" para libertar de fato o Brasil e desenvolvê-lo de forma autonôma.

📖 Alguns autores defendem que não foi D. Pedro quem usou da influência política das elites para mantêr-se no poder, montando assim o embrião do que viria a ser a monarquia brasileira; mas o contrário, de que o próprio D. Pedro teria sido "usado" pelas elites que viram nele a pessoa indicada para comandar o processo de emancipação sem alterar a estrutura social da ex-colônia.

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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

⏳❤️ MINHA PAIXÃO PELA HISTÓRIA ❤️⌛

❤🕰️⌛🧭⏳⏰⌛⏱️❤

📖👨‍🏫 Minha paixão pela ciência histórica começou quando meu falecido pai comprou os livros que eu usaria durante a quinta série ginasial (atual sexto ano do ensino fundamental) e me deparei com um livro de Borges Hermida sobre História do Brasil, publicado pela Companhia Editora Nacional, guardado carinhosamente na minha biblioteca. Foi o primeiro livro que li por completo. Nasceu naquela leitura a curiosidade de saber mais sobre o passado. Inegável negar o papel que meus professores tiveram nesse processo, principalmente Maria do Carmo (Escola Estadual Professor Arnaldo Carneiro Leão) e Moacyr Pereira (Colégio Municipal José Firmino da Veiga). Na graduação tive mais que professores, mas verdadeiros mestres na extinta FUNESO, que lapidaram meu ardor pela disciplina histórica dentro da perspectiva metodológica e acadêmica.

Como profissional de História, com foco na área da docência no ensino médio, me sinto muito feliz e realizado por proporcionar às pessoas o conhecimento sobre o passado e como esse saber pode nos ajudar a sermos pessoas melhores e cidadãos conscientes. Meu amor pela ciência histórica é de alma, coração e vida! Tanto que nos piores momentos de minha vida, foram a história e a filosofia que me deram respostas e sentidos que ressignificaram minha existência.

Sou tão grato à História, que não quero ir para o outro lado sem levar junto um livro de História (egípcios colocavam nos túmulos objetos cuja importância era simbólica para eles), e que no lugar onde ficarão meus últimos vestígios que se escreva sob minha lápide: "aqui termina a História de um historiador que viveu o amor pela História" 😢😢😢 Mas enquanto isso não vem (e espero que demore muito pra vir 😅) vou continuar fazendo o que mais amo, o que mais gosto, o que me dá profundo prazer, que é contar história, porque feliz aquele que tem história pra contar. ⏳❤️⌛

#euamohistoria
#paixaopelopassado
#sanguedehistoriador

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quarta-feira, 18 de agosto de 2021

📱COMBATE NOS ALGORITMOS 📲

🖥️ 💻 🖱️. 👨‍💻 🖱️ 💻 🖥️

⌨️ As redes sociais quando foram criadas tinham como objetivo agregar as pessoas dentro do chamado mundo virtual. E isso, desde os tempos do extinto Orkut com suas nostálgicas comunidades, passando pelo Facebook, Twitter, Instagran, Whatssap, Telegran, e mais recentemente ao Tik Toc. Durante os últimos anos as redes sociais tiveram um papel importante para compreender e dialogar com os comportamentos e pensamentos da chamada pós-modernidade. Acontecimentos históricos importantes como as revoltas da Primavera Árabe de 2010 e as jornadas de junho de 2013 no Brasil, os famosos protestos contra a copa do mundo, mostraram o quanto as redes sociais tem importância no debate sobre a atual conjuntura.

As eleições nos Estados Unidos de 2016 e no Brasil em 2018, com a vitória de Trump e Bolsonaro, respectivamente, provocaram um debate sobre qual é o papel dessas redes sociais no processo político dos países. Ambos os pleitos foram marcados por avalanches de notícias falsas, as chamadas fake news, disseminadas massivamente sobre usuários das redes sociais, atacando adversários e estimulando discursos de ódio, intolerância e animosidade. Com a pandemia do Covid-19 no ano passado, 2020, outra face dantesca se revelou nas redes sociais, desta vez atacando cientistas, pesquisadores, universidades, num movimento articulado contra a vacina e a vacinação. A polarização político-partidária tomou conta das redes sociais, engessando até o debate sobre saúde pública no país. De um lado, defensores de uma medicação inócua, do outro, ardorosos defensores da ciência.

No atual cenário, onde vivemos uma transição forçada e rápida das relações sociais do mundo real para as relações virtuais do mundo digital, disputas ideológicas, partidárias, religiosas, estão migrando das ruas para as telas. Muito se tem reclamado sobre a censura nas redes sociais, seja no Youtube ou no Facebook, só para citar os mais lembrados. E as críticas vem de pessoas de vários espectros ideológicos.

Uma rede social, quando usada continuamente, é mais do que um mero depositário de fotos, frases, memes, etc... Ali tem uma trajetória pessoal, com toda uma carga de historicidade que inclui lembranças e recordações que fazem parte da memória afetiva das pessoas. Quando uma empresa como o Facebook ou o Instagran apagam uma conta dessa, tem muito mais do que postagem partidária envolvida. Tem registros de uma história que se perderão para sempre. É claro que não se pode, nem se deve, usar as redes sociais para estimular ódio ou intolerância, mas a discordância é necessária, e faz parte de um regime democrático. Várias pessoas tem sido penalizadas, perdendo suas contas por causa de seus posicionamentos político-partidários, atacados por boots de milícias digitais, que denunciam a conta à plataforma. A sociedade precisa debater isso. É um cenário perigoso que se avizinha. A virtualidade não pode ficar refém de projetos nefastos de poder. A batalha dos algoritmos está apenas começando. O que está em jogo é muito mais do que likes ou fotos coloridas numa tela de celular ou computador. 😧😮😨

#realidadeXvirtualidade
#historiadasredessociais
#censuraeperseguicaovirtuais

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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

💣⚓⚰️ KURSK - A TRAGÉDIA QUE AFUNDOU O ORGULHO NACIONAL RUSSO ⚰️⚓💣

📝 por José Ricardo de Souza

⏳ Historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor, membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista-PE ⌛

A agonia dos tripulantes do submarino russo Kursk, naufragado a cem metros de profundidade nas águas geladas do Mar de Barents, comoveu a opinião pública internacional, que se viu envolvida numa trama que mistura terror e ansiedade, medo e desespero, oração e esperança. Entretanto, apesar dos esforços das equipes internacionais, a tragédia veio a tona: o Kursk acabou tornando-se o túmulo de 118 pessoas, que morreram no mais absoluto silêncio das profundezas das águas. Ninguém conseguiu escapar da tragédia, que desde o dia 12 de agosto vem chamando a atenção da comunidade internacional. Ao todo, foram nove dias, em que os parentes da tripulação puderam experimentar um mínimo de esperança no resgate dos possíveis sobreviventes, em meio às informações desencontradas da marinha russa. A dor dos que ficaram em terra, aguardando pelos seus entes queridos, foi um espetáculo torpe, onde lágrimas se misturavam aos gritos de desespero de quem, de fato, sabia a quem atribuir a culpa pelo fracasso da operação de resgate, ou seja, ao governo russo. Este sim, co-autor de uma tragédia que poderia ter-se tornado menos dura, com o salvamento de algumas pessoas, nunca saberemos se poucas ou muitas (fala-se numa explosão que teria matado uma parte da tripulação), mas a verdade é que, em nome de um segredo de Estado, por se tratar de um submarino nuclear de uso militar, a Rússia recusou, de antemão, a ajuda internacional da Otan, que poderia ter sido providencial para o socorro dos sobreviventes.  

Por dois dias, o governo russo tratou de resolver o problema a sua maneira: mentindo para a opinião pública, sonegando ou manipulando informações, apostando numa tecnologia obsoleta que acabou sendo derrotada pelas adversidades do tempo, e pior, nada conseguiu fazer para chegar até o submarino e resgatar os sobreviventes. Enquanto isso, ainda se podiam ouvir as batidas no casco do submarino, em código Morse (a linguagem usada nos telégrafos) os marinheiros aflitos depositavam suas últimas esperanças, antes do submarino ser totalmente inundado. Entretanto, para o governo russo, o que estava em jogo não eram as vidas daquelas pessoas, mas sim razões e segredos de Estado, que jamais poderiam ser violados, em nenhuma circunstância. O presidente russo, Vladimir Putin, agiu como se estivesse em plena Guerra Fria, apelou para os arcaicos lemas das ditaduras comunistas, de morrer se preciso, desde que o monolítico aparelho do Estado não fosse abalado. A população, todavia, não engoliu esse tipo de desculpa. Acusou, e ainda acusa, Putin de omisso e responsável pela péssima forma como foram conduzidas as operações de resgate. Quem sabe, se a Rússia aceitasse, ainda no domingo, um dia posterior ao acidente, a ajuda internacional que lhe foi oferecida, o resultado não teria sido diferente ? Tudo bem que se um submarino americano naufragasse nas mesmas circunstâncias do Kursk, os Estados Unidos também recusariam a ajuda de outros países, mais uma vez as razões do Estado acima das do indivíduo, mas isso não tira a culpa, nem a responsabilidade do governo pelas mortes ocorridas no acidente. O governo russo já se prontificou em indenizar as famílias das vítimas, mas nenhum dinheiro do mundo pagará o preço das vidas que foram sacrificadas unicamente para que se preservasse o segredo nuclear russo. Eram, em sua maioria, pessoas jovens, cheias de vida e projetos, que foram bruscamente interrompidos, deixado famílias, amigos, parentes inconformados, de forma que nada poderá aplacar o vazio deixado pelos heróicos marinheiros do Kursk.

A confirmação da morte dos marinheiros não encerra o caso Kursk, ainda há muito o que se esclarecer. As causas do acidente, por exemplo. O que, de fato, provocou o naufrágio do Kursk, e mais, estaria, ou não, carregado com armamento nuclear ?  E finalmente, por que não explicar com clareza o que um submarino, como o Kursk, estava fazendo naquela área ?  Seriam apenas exercícios militares? O governo russo precisa dar algumas respostas, pois o mundo inteiro acompanhou chocado o desenrolar de toda essa tragédia, e precisa manter-se bem informado sobre as verdadeiras intenções da Rússia, principalmente quando o assunto é armamento nuclear. A Rússia acabou tornando herdeira de boa parcela do arsenal bélico da ex-URSS, que mesmo ultrapassado continua representando uma ameaça para a humanidade. O caso do Kursk, por exemplo, se esse submarino contém armamento nuclear, que segurança possui para não entrar em contato com o ambiente em caso de acidentes, como o que aconteceu? Será que a Rússia tem tratado seu lixo atômico com o devido cuidado que lhe é necessário, ou será que está tão abandonado quanto o povo russo, que aliás após ser jogado no capitalismo internacional, anda tão desesperado, que até igrejas neopetencostais já andaram se instalando por lá (sinal dos tempos ?), coisa que no socialismo não acontecia.

Com o Kursk não afundaram apenas as vidas de 118 pessoas, mas também o próprio orgulho nacional do povo russo, que se viu traído pelas autoridades (in)competentes do seu país, principalmente pelo seu presidente, Vladimir Putin, que mesmo com a tragédia preferiu ficar mais alguns dias em sua casa de férias. Deixo minha solidariedade ao povo russo, afinal, nós brasileiros, já estamos acostumados com esse tipo de orfandade por parte dos governantes, principalmente nos momentos de maior comoção social. Quem sabe com o sacrifício desses marinheiros, os governos, de qualquer ideologia ou posição política, possam refletir melhor e aprenderem que acima das razões do Estado deve estar a vida humana, esta sim, um bem cujo valor é imensurável e incompatível com os nossos critérios materiais. Se o governo russo pensasse dessa forma, talvez a tragédia do Kursk tivesse tido um final diferente: com alguns sorrisos, em vez de lágrimas e destruição.

📖✍️ Artigo publicado no Jornal Folha de Pernambuco, edição de 4 de setembro de 2000.

💪🏿👱🏿‍♂️ A CONJURAÇÃO BAIANA 🧑🏿‍🦲💪🏿

✅ IMPORTANTE: Este movimento teve um caráter nitidamente popular, com a participação de sapateiros, escravos, ex-escravos, soldados e vários alfaiates – motivo pelo qual também ficou conhecida como Revolta dos Alfaiates -, além de padres, médicos e advogados. Os revolucionários baianos não pretendiam apenas a emancipação política do Brasil de Portugal, mas também melhorar as condições sociais da vida do povo. Nesse sentido, a Conjuração Baiana foi muito mais uma revolução social do que colonial.

AS CAUSAS

💰 A transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro (1763) deixando para trás uma cidade empobrecida com uma população de miseráveis sobrecarregada de tributos.
💰 O sucesso da independência dos Estados Unidos (1776)
💰 O Haitianismo.
💰 Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade dos revolucionários franceses de 1789
💰 A fundação de uma sociedade secreta chamada Cavaleiros da Luz, onde eram planejadas as ações dos revolucionários.

O HATIANISMO

🇭🇹 Em conseqüência da Revolução Francesa (1789-1799), as relações entre a França e suas colônias ficaram muito enfraquecidas. No Haiti, colônia francesa das Antilhas (América Central), os negros sublevaram-se em 1791. Liderados por Toussaint-Louverture, tomaram grande parte de propriedades, além de matar muitos colonos brancos. Em 1804, o general Dessalines proclamou a Independência do Haiti e controlou a situação. A Revolução Haitiana, porém, tornou-se um sinal de alerta para todas as sociedades escravistas do continente, inclusive o Brasil.

OS PERSONAGENS

👊🏿 Manuel Faustino dos Santos Lira - alfaiate
👊🏿 João de Deus Nascimento - alfaiate
👊🏿 Lucas Dantas de Amorim Torres - soldado
👊🏿 Luís Gonzaga das Virgens - soldado
👊🏿 Romão Pinheiro - soldado
👊🏿 Francisco Gomes - padre
👊🏿 João Ladislau de Figueiredo - farmacêutico
👊🏿 Francisco Barreto - professor
👊🏿 Cipriano Barata - Médico

AS PROPOSTAS

✅ Proclamar um governo republicano, democrático e livre de Portugal.
✅ O fim do monopólio colonial e o livre-cambismo (liberdade de comércio).
✅ O aumento dos salários dos soldados
✅ Melhorar as condições gerais da vida do povo.

✳️ OBSERVAÇÃO: assim como na Conjuração Mineira, a questão da abolição da escravatura era defendida por alguns conjurados, embora nesse caso fossem a maioria; eles também defendiam o fim do preconceito contra negros e mulatos.

O DESENROLAR DOS FATOS

💣 No dia 12 de agosto de 1798, Salvador amanheceu cheia de cartazes afixados nas casas. Esses cartazes chamavam o povo para a revolução. O governador de Pernambuco, D. Fernando José de Portugal iniciou a repressão ao movimento. Os conjurados foram traídos por José da Veiga, que passou para o governador o dia, a hora e o local onde seria realizada a reunião que daria início à revolta. Avisados em tempo, muitos revoltosos, principalmente os que pertenciam à sociedade secreta, conseguiram fugir. As forças do governo prenderam 49 revolucionários, entre os quais nove escravos e três mulheres.

O DESTINO DOS CONJURADOS

⚖️⛓️ Quatro revoltosos foram condenados à morte e enforcados em 8 de novembro de 1799: Luís Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino. Seus corpos foram esquartejados e as partes espalhadas pela cidade de Salvador. Quanto aos envolvidos pertencentes à elite baiana, alguns deles foram inocentados e outros foram presos e mandados para o degredo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

📖 COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2000.
📖 DIAS TAVARES, Luís Henrique. A Conjuração Baiana. Coleção O Cotidiano da História. São Paulo: Ática, 1994.
📖 FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
📖 PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudino. História e Vida - Brasil: da Pré-História à Independência Volume 1. São Paulo: Ática, 1993.
📖 SCHWARCZ, Lilia Moritz & STARLING, Heloisa Murgel. BRASIL: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
📖 SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História do Brasil Volume 1 São Paulo: Ática, 1992.
📖 VICENTINO, Cláudio & DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. História Geral e do Brasil. Série Parâmetros. São Paulo: Scipione, 2001.

domingo, 8 de agosto de 2021

PAI É QUEM CRIA E PONTO

❤️👨‍👩‍👦💙👨‍👩‍👧💚👩‍👩‍👦💛👩‍👩‍👧🤎👨‍👨‍👦👨‍👨‍👧💜

🤵‍♂👶🏻👰🏽 Após anos da imposição de um modelo familiar constituído apenas por homem, mulher e filhos nascidos dessa união, formalizada por um casamento, vemos que a realidade sobre a formação e a constituição familiar é muito mais ampla, complexa e diversa. O padrão "propaganda de margarina" vendido pela publicidade não contempla a realidade de centenas de mães solteiras que criam seus filhos sozinhas (o mesmo vale para pais solteiros também), de casais homoafetivos, de crianças que foram abandonadas pelos pais e estão sob tutela de parentes, de famílias desagregadas e desestruturadas jogadas à margem da sociedade nos bolsões de pobreza e miséria nos centros urbanos ou perdidas nos interiores do país.

Apesar do apelo comercial e mercadológico de certas datas (dia das mães e dia dos pais, principalmente), somos provocados a refletir sobre as novas configurações das famílias brasileiras, muito mais pautadas em laços de afetividade e pertencimento do que de consanguinidade propriamente dito. Nem todo pai é o homem que gerou e nem toda mãe é aquela que gestou, mas todo PAI e toda MÃÉ são aqueles que cuidaram, educaram, criaram e formaram crianças e adolescentes que se tornaram adultos e que nunca esquecerão quem de fato os acolheu no coração.

Que todas as famílias sejam acolhidas. Que todas as formas de amor sejam respeitadas. Não importa quem tem dois pais em casa ou uma mãe que vale por pai e mãe ao mesmo tempo. Enquanto eles, os que perderam o bonde da História, vem carregados de preconceitos e discursos de ódio, vamos de tolerância, respeito e sobretudo amor, o único alicerce que sustenta a base de uma família. O resto é mimimi e conversa para boi dormir... Feliz Dia dos Pais! 🫂❤️

#diadospais
#paiequemcria
#familiasbaseadasnoafeto

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

🖤 HOMENAGEM AOS PAIS E FILHOS QUE MORRERAM DE COVID 🖤

🖤🌹🖤🌷🖤🌸🖤🌺

✝️😭⚰️Quantas vidas perdidas nessa pandemia. Mais de 563 mil pessoas, dentre elas muitos pais que infelizmente não estão mais entre nós. E quantos filhos que tombaram deixando seus pais em prantos? Uma doença que poderia ter sido minimizada desde o ano passado, mas infelizmente o presidente não comprou as vacinas ofertadas no período adequado, desdenhou dos protocolos sanitários, promoveu e estimulou aglomerações, e ainda fez propaganda de medicação inócua para a covid-19. Quantas vidas perdidas, quantas mortes não poderiam ter sido evitadas, quantas lágrimas seriam dispensadas se tivéssemos testado a população, respeitado mais os protocolos sanitários, ouvido os médicos, pesquisadores e cientistas e principalmente comprado vacinas! Mas infelizmente isso não aconteceu. Choramos hoje pelos pais que faleceram por causa da covid-19. E estendemos nosso pesar por aqueles que hoje não receberão o abraço e o carinho dos filhos que pereceram. Que este país um dia saía dessa letargia e passe do luto à luta. Luta por justiça social, por educação, saúde e segurança; moradia digna, emprego e condições de vida plena para pais e filhos. Que os mortos descansem em paz e que sua memória seja lembrada e celebrada, pois o que mata não é a morte; o que mata mesmo é o esquecimento. 😞😓😪😥😢😭

#lutopelospaisquemorreramdecovid

#lutopelospaisqueperderamosfilhospracovid

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

💻 📖 🖱️ B.I.B.L.I.O.V.I.R.T.U.S 🖱️📖💻

📱🧑‍🎓👩🏽‍🎓📲 Levando-se em conta o distanciamento social imposto pela pandemia e considerando a necessidade de compartilhar materiais didáticos (específicos para o ENEM) com meus educandos, criei a BIBLIOVIRTUS, uma biblioteca virtual com apostilas, cadernos de questões, livros, dicas e tudo o que seja útil para preparar-se para este certame. O acervo fica disponível na plataforma do Classroom e é acessível a qualquer usuário por período permanente. Espero com isso contribuir para o sucesso de nossos estudantes nesse processo rumo à universidade. 📕🖊️📗🖋️📘✏️📙

✅ NO COMPUTADOR 🧮 acesse https://classroom.google.com/ e entre como aluno com o código da biblioteca virtual.

✅ NO CELULAR 📏 baixe o aplicativo classroom no play store e entre como aluno com o código da biblioteca virtual.

✅ CÓDIGO DA BILIOVIRTUS 📐 kskdjnj

🎥 NOSSO VÍDEO NO YOUTUBE 🎞 https://youtu.be/uWsDyaHK9RY

📚 Concepção e elaboração da Biblioteca 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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sábado, 19 de junho de 2021

500.000

⚰️🦠🧫 😭 ⚰️🦠🧫

✝️😭⚰️ O Brasil atingiu neste sábado (19/06) a triste marca de 500.000 vidas ceifadas pela covid, meio milhão de pessoas, histórias, trajetórias que findaram por causa de uma doença que poderia ser evitada se o governo federal tivesse tido o empenho de comprar as vacinas em tempo hábil. A negligência política nos colocou na segunda posição deste mórbido e nefasto ranking de mortos (apenas superado pelos 601.000 dos Estados Unidos). Ano passado, no dia 8 de agosto, choramos nossos primeiros 100.000 mortos. E os índices não param de crescer, colapsando o sistema de saúde e sufocando o sistema funerário. Enquanto isso, os governos se apressam em reabrir comércios, escolas, igrejas, parques, praias e tudo mais que aglomera gente, tudo o que o vírus precisa para se disseminar ainda mais. Mas tem gente que relativiza o alto grau de contágio do covid-19, e usa a lotação dos meios de transporte como o argumento mais lógico: "se ônibus lotado pode, porque escola não pode?", "se as pessoas lotam as praias, escola também pode". Quando a resposta correta seria: "nem ônibus lotados, nem aulas presenciais, nem festas, praias, barzinhos podem"! Novas cepas, variadas mutações, ampliando o risco de novas contaminações. Enquanto isso, os governantes politizam a crise sanitária cada um para seu lado, e nem mesmo a vacina e a vacinação, nossas únicas esperanças estão livres de fakes news e muita desorganização. Tudo para dar ao deus mercado a sensação de que o pior já passou e que aos poucos estamos voltando à normalidade. Nada está normal, nem no novo normal! A Europa e a Índia sentiram os efeitos das reaberturas e afrouxamentos do isolamento e distanciamento sociais. Uma terceira onda se anuncia: mais voraz e perigosa do que a primeira. No Brasil, negacionistas e relativistas jogam contra o combate ao covid-19 resumindo seu combate ao uso de uma medicação de resultados duvidosos. Debocham do uso de máscaras e disseminam mentiras toscas nas redes sociais. Estimulam aglomerações e provocam cientistas e pesquisadores. Para acobertar sua incompetência e negligência, o governo federal atribuí a responsabilidade aos prefeitos e governadores, quando não está atacando também o S.T.F. O vírus da covid-19, porém, não escolhe opção ideológica, religiosa ou partidária; muito menos sexo, cor, idade ou nacionalidade. Todos estamos vulneráveis a ele. A nossa esperança está na vacina com vacinação ampla para todos. Enquanto não avançarmos na vacinação, teremos poucas chances de restaurar a normalidade perdida. Embora para quem chorou por um entequerido falecido, nunca mais a vida será normal! Não nos enganemos. A pandemia não acabou. Relaxar agora é apostar no caos amanhã. Cuidemo-nos, pois o vírus mortal ainda está à solta e fazendo mais vítimas do que se mostram nos frios números estatísticos.

📝 PS.: essa postagem foi publicada originalmente em 10/10/2020 quando atingimos a triste marca de 150.000 mortos, republicada nos dias 07/01/21 (200.000 mortos), 25/03/21 (300.000 mortos), 12/04/21 (350.000 mortos),  29/04/21 (400.000) e 06/05/21 (450.000). Ela foi atualizada e modificada para lembrar que o pesadelo ainda não acabou. 😞😓😥😢😭

#brasildeluto
#meiomilhaodemortos
#necropoliticagenocida

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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sábado, 12 de junho de 2021

🚌⚰️🔫 GEÍZA E SANDRO - RETRATOS DA CRIMINALIDADE E DA VIOLÊNCIA NO BRASIL 🔫⚰️🚌 assalto do 174 retratou o medo e a insegurança no país.

📝 por José Ricardo de Souza

Historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor, membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista-PE

Quem não lembra, ou melhor, quem poderá esquecer de Geísa e Sandro, protagonistas de uma das mais dramáticas histórias da crônica policial brasileira? O que poderia ter sido mais uma viagem cotidiana da professora Geísa Firmo Gonçalves (20 anos), passageira do ônibus 174 (Gávea–Central do Brasil), acabou numa autêntica tragédia, assassinada por Sandro do Nascimento (21 anos), que após uma tentativa frustrada de assaltar o coletivo, tomou-a como refém. Durante mais de quatro horas, o país parou diante da TV, para assistir as imagens chocantes, de uma simples mulher em poder de um bandido cruel, sem nenhuma compaixão. O desfecho, como é conhecido de todos, se deu da forma mais dolorosa possível: Geísa tombou diante das balas do revólver de Sandro, e ele foi morto, por asfixia, dentro de uma viatura policial. A morte pode ser igual para todos, mas a forma como a encontraram, fez de Geísa uma heroína, sepultada com todos os louros de quem perdeu a vida, mas não a dignidade. Sandro, por sua vez, foi sepultado como indigente, sem que ninguém, exceto uma mulher (que os exames de DNA comprovaram não ser sua genitora), viesse a reclamar pelo corpo.

O que deu ao caso uma repercussão ainda mais especial, foi o fato do Sandro ter sido um dos sobreviventes da chacina da Candelária (23 de juho de 1993), quando vários menores de rua foram assassinados, o que levantou especulações do tipo: "se ele tivesse morrido, não teria cometido o crime de torturar e matar a professora Geísa", numa clara alusão de que bandido bom é aquele que está debaixo da terra. Não é à toa que os chamados justiceiros, na prática matadores de aluguel, são tão elogiados por pessoas que desacreditaram na justiça legal, e apostam nos grupos de extermínio como uma saída paralela para combater a criminalidade, ou seja, reagem de forma violenta a toda uma conjuntura também violenta. As autoridades (in)competentes mostram-se cada vez mais ineficientes para refrear o banditismo, principalmente nas cercanias das grandes cidades, onde, entre becos e vielas, se formam e se consolidam grupos de foras-da-lei, dos mais diversos, desde assaltantes de banco à traficantes de drogas. As situações de pobreza e miséria, embora não sejam determinantes, acabam por servir como um facilitador para o ingresso de pessoas necessitadas de bens materiais, muitas vezes estimuladas pela sociedade de consumo, ao mundo da criminalidade.

O que fez de Sandro um bandido perigoso, mesmo tendo escapado de uma chacina? A má  índole herdada desde o seu nascimento, o que atesta que as pessoas já nascem predestinadas a desenvolverem um bom ou um mau caráter, sem que nada possa alterar seu suposto padrão de comportamento? Ou será que faltaram oportunidades, por mínimas que fossem, para resgatar daquele bandido sórdido, a pessoa humana que existia ali? Não estou fazendo defesa de bandidos insensíveis, como o Sandro, apenas acredito que muitos marginais que proliferam por aí, poderiam ter sido cidadãos de bem, caso lhes fosse oferecidos condições de sobrevivência, sem ter que recorrer ao recurso extremo do crime.

Uma sociedade organizada, em função do bem-comum, poderia ser a solução para minimizar os efeitos da criminalidade que assusta, maltrata e mata. E isso só seria possível com a democratização do acesso ao saber, com uma educação pública de qualidade para as camadas mais empobrecidas, reforçadas por um bom ensino profissionalizante, capaz de assegurar aos jovens uma colocação no mercado de trabalho. Quem estuda e trabalha, dificilmente terá tempo disponível para ser aliciado por traficantes e bandidos, que geralmente escolhem suas presas nos grupos de desocupados que proliferam às custas do desemprego. É praticamente impossível, esperar que um modelo sócio-econômico que mais excluí do que incluí, possa solucionar, mesmo que em longo prazo, a problemática da criminalidade. Afinal, tão violento quanto o cano de um revolver, que fica na cabeça de um refém, é o salário miserável pago a maioria dos trabalhadores, que ficam impossibilitados de darem às suas respectivas famílias um padrão de vida simples, sem luxo, mas com um mínimo de dignidade.

O martírio da professora Geísa demonstrou de forma clara e inequívoca as contradições de uma sociedade insegura e violenta, onde a criminalidade se traduz com requintes de perversidade extrema. A justiça legalmente instituída parece-nos impotente para contrapor-se à injustiça social onipresente em cada barraco, ou debaixo das pontes e marquises. O sangue de Geísa, assim como de tantos outros anônimos inocentes continuará a ser jorrado, como um sacrifício insano; é o preço que pagamos por julgar que a igualdade é uma utopia, a justiça social é um sonho comunista, e que a pobreza e a miséria são conseqüências naturais da vontade divina. Pobre Geísa, pobre Brasil ...

terça-feira, 25 de maio de 2021

450.000

⚰️🦠🧫 😭 ⚰️🦠🧫

✝️ Quando começou disseram que era apenas uma gripezinha. E de lá pra cá, mais de 450.000 vidas foram ceifadas (claro que os índices são bem maiores, pois nem todos os mortos por covid foram notificados). Somos o segundo país do mundo nesse mórbido e nefasto ranking (apenas superado pelos 575.000 dos Estados Unidos). Ano passado, no dia 8 de agosto, choramos nossos primeiros 100.000 mortos. E os índices não param de crescer, colapsando o sistema de saúde e sufocando o sistema funerário. Enquanto isso, os governos se apressam em reabrir comércios, escolas, igrejas, parques, praias e tudo mais que aglomera gente, tudo o que o vírus precisa para se disseminar ainda mais. Mas tem gente que relativiza o alto grau de contágio do covid-19, e usa a lotação dos meios de transporte como o argumento mais lógico: "se ônibus lotado pode, porque escola não pode?", "se as pessoas lotam as praias, escola também pode". Quando a resposta correta seria: "nem ônibus lotados, nem aulas presenciais, nem festas, praias, barzinhos podem"! Novas cepas, variadas mutações, ampliando o risco de novas contaminações. Enquanto isso, os governantes politizam a crise sanitária cada um para seu lado, e nem mesmo a vacina e a vacinação, nossas únicas esperanças estão livres de fakes news e muita desorganização. Tudo para dar ao deus mercado a sensação de que o pior já passou e que aos poucos estamos voltando à normalidade. Nada está normal, nem no novo normal! A Europa e a Índia já estão sentindo os efeitos das reaberturas e afrouxamentos do isolamento e distanciamento sociais. Uma terceira onda se anuncia: mais voraz e perigosa do que a primeira. No Brasil, negacionistas e relativistas jogam contra o combate ao covid-19 resumindo seu combate ao uso de uma medicação de resultados duvidosos. Debocham do uso de máscaras e disseminam mentiras toscas nas redes sociais. O vírus da covid-19, porém, não escolhe opção ideológica, religiosa ou partidária; muito menos sexo, cor, idade ou nacionalidade. Todos estamos vulneráveis a ele. A nossa esperança está na vacina com vacinação ampla para todos. Enquanto não avançarmos na vacinação, teremos poucas chances de restaurar a normalidade perdida. Embora para quem chorou por um entequerido falecido, nunca mais a vida será normal! Não nos enganemos. A pandemia não acabou. Relaxar agora é apostar no caos amanhã. Cuidemo-nos, pois o vírus mortal ainda está à solta e fazendo mais vítimas do que se mostram nos frios números estatísticos.

📝 PS.: essa postagem foi publicada originalmente em 10/10/2020 quando atingimos a triste marca de 150.000 mortos, republicada nos dias 07/01/21 (200.000 mortos), 25/03/21 (300.000 mortos), 12/04/21 (350.000 mortos) e 29/04/21 (400.000). Ela foi atualizada e modificada para lembrar que o pesadelo ainda não acabou. 😞😓😥😢😭

#brasildeluto

#naoeumagripezinha

#todoscontraocovid19

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar


sexta-feira, 14 de maio de 2021

⛈️💦🌊 ENCHENTES - A TRAGÉDIA ANUNCIADA 🌊💦⛈️

📝 por José Ricardo de Souza

Historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor, membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista-PE

As últimas chuvas ocorridas em Recife e parte da região metropolitana deixaram um saldo negativo de mortes, destruição e desabrigados, isso sem contar nos prejuízos do comércio e da indústria. Por toda parte, o que se viu foi um espetáculo grotesco de ruas alagadas, bairros isolados pela água, barreiras desabando sob o peso das chuvas. O que falta para configurar o caos, então? Nada. A mesma resposta para a seguinte pergunta, o que as autoridades (in)competentes fizeram para prevenir as conseqüências de chuvas torrenciais, um fenômeno pluviométrico cada vez mais comum no litoral nordestino, portanto, previsível e latente? Entretanto, mais uma vez os responsáveis pelo zelo da cidade e do Estado negligenciaram os avisos da tragédia que estava para acontecer. E quem acabou pagando caro foi a população, como sempre vítima da má administração que campeia em nossas cidades.

A cidade do Recife, por exemplo, seus problemas de mau escoamento das águas pluviais remontam ao período da colonização, pois como é de conhecimento geral, o plano urbanístico da cidade foi realizado pelos holandeses, um povo habituado a lidar com altitudes inferiores ao nível do mar (um terço do território holandês está situado abaixo do nível do mar). A cidade cresceu apoiada em áreas de aterro e soterramento dos manguezais que cobriam os cursos dos rios Capibaribe e Beberibe. Com a expulsão dos holandeses, os portugueses não conseguiram dar continuidade à obra holandesa, por falta de conhecimento técnico e de recursos, mas continuaram aterrando e conquistando terras do mar. Por conseqüência, o sítio urbano da cidade ficou alguns centímetros abaixo do nível do mar, o que requer um sistema eficiente de escoamento das águas das chuvas, quer seja pelos rios, canais ou esgotos, o que na prática, não existe.  Resultado: choveu, a cidade mergulha nas águas e no caos.

A população, por sua vez, não colabora com a conservação e manutenção da precária rede de escoamento existente. Por falta de consciência (ou de educação, mesmo), atira nos canais e rios toda sorte de dejetos, desde garrafas plásticas, uma das principais inimigas dos esgotos públicos, até materiais mais pesados, como móveis, restos de construções, etc. No período das chuvas, o resultado não podia ser diferente: sem ter para onde escorrer, a água transpassa os limites dos canais e rios, invadindo ruas e casas, ou interrompendo o trânsito de veículos e pedestres, nos casos mais graves. O mesmo raciocínio pode ser aplicado às barreiras, que são cortadas sem nenhum cuidado técnico para evitar futuros desabamentos. A derrubada da vegetação que cobre as encostas dos morros também contribui para a erosão do terreno, que fragilizado, termina por cair sob o peso das chuvas mais intensas. A poluição dos rios é outro fator a ser considerado como causador dos transtornos, uma vez que eles impedem um escoamento mais rápido das águas, devido a diferenças de densidade e à presença de substâncias pesadas em suspensão.  Além disso, as ocupações de áreas ribeirinhas, aliadas às áreas de aterro, têm contribuído para o assoreamento do leito dos rios, diminuindo ainda mais as opções de escoamento das águas pluviais.

E finalmente, a falta de uma política habitacional que priorize as camadas mais carentes, justamente aquelas que habitam em áreas de risco, como encostas de morros ou favelas próximas aos rios e ao mar, agravam ainda mais a questão. Os números de desabrigados, a cada chuva, crescem assustadoramente, como um sintoma do caos social no qual estamos inseridos. Com o aumento do desemprego, o êxodo rural, e o processo de favelização, mais e mais famílias põem-se a se fixar nessas áreas anecúmenas (inabitáveis) por mera falta de opção. É o que mais se escuta, "moro aqui, porque não tenho para onde ir", e no final das contas, muitos acabam indo morar é no cemitério, mesmo. E a quem cabe a responsabilidade ? ? ?

Obras de saneamento básico, e por conseqüente de escoamento das águas, não atraem votos, afinal, ficam embaixo da terra, não são como as outras que os políticos usam para se exibirem em períodos eleitorais, por isso são negligenciadas pelo poder público, interessado em garantir seus privilégios. A população, principalmente, a mais empobrecida, é que fica a mercê das cheias, alagamentos, desabamentos, e outras seqüelas deixadas após um período de chuvas, como o que acabamos de assistir.

Em pleno século XXI quando o Homem já provou inúmeras vezes sua superioridade diante das forças da natureza, é inconcebível como uma chuva intensa pode causar tantos estragos. Parece-me que não é simplesmente uma derrota da técnica humana diante da força imperiosa das águas, muito pelo contrário, o que se põe em cheque é a falta de um trabalho preventivo, que embora não pudesse evitar as chuvas, poderia minimizar seus efeitos. Isso só seria possível mediante um empenho dos órgãos públicos e da população devidamente esclarecida. Como nada foi feito, e nem sequer pensado numa estrutura de emergência para atender aos desabrigados, o saldo da tragédia anunciada das chuvas torrenciais fica como um questionamento para as gerações futuras, as quais cabe, quem sabe, solucionar tais problemas.

sábado, 1 de maio de 2021

🙄👊 REFLEXÕES ATUAIS PARA O DIA DO TRABALHADOR 👊🤔

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⚙️ Hoje, em pleno dia dos trabalhadores, me pergunto, afinal o que temos a comemorar? Passados 78 anos da criação de C.L.T. (Consolidação das Leis do Trabalho) pelo então presidente Getúlio Vargas, 132 da criação do dia dos trabalhadores, e 135 dos protestos que resultaram na prisão, condenação e mortes de Albert Parsons, Michel Schwab, Oscar Need, George Engel, Louis Lingg, Adolf Fischer, August Spies e San Fielden, os mártires de Chicago que lutaram bravamente contra a exploração dos trabalhadores, fica uma importante e urgente reflexão: qual a atual situação em que se encontra o trabalhador brasileiro em plena pandemia no começo da década de 20 do século XXI?

A situação não poderia estar pior. A crise econômica provocada pelo avanço da pandemia foi a desculpa perfeita para estender a precarização das relações trabalhistas, pauta dos neoliberais conquistada na reforma trabalhista no governo de Michel Temer (Lei Nº 13.467, de 13 de julho de 2017) e aprofundada nas políticas econômicas de Guedes e Bolsonaro. A lógica perversa do capital que prega que quanto menos direitos, mais oportunidades surgirão, esbarra na realidade cruel de milhões de brasileiros endividados, falidos e rumo à pobreza. O subemprego grassa nas ruas e avenidas, enquanto os meios de comunicação romantizam isso como sendo "empreendedorismo". A prestação de serviços a grandes conglomerados sem nenhuma relação trabalhista (popularmente chamada de uberização) anula ainda mais os parcos direitos que ainda restaram aos trabalhadores.

O fim do imposto sindical, outro ponto perverso da Lei 13.467/2017, foi a pá de cal que faltava para enterrar de vez o movimento sindical brasileiro, que hoje sobrevive à duras penas às custas da contribuição voluntária de alguns associados. Com o atrelamento do sindicalismo à política partidária, algo inevitável e ao mesmo tempo perigoso pelos meandros que costuma levar, acabou por fragilizar ainda mais o movimento sindical. O peleguismo é gritante em alguns sindicatos. E o descrédito da classe trabalhadora em seus representantes é cada vez mais latente.

No cenário atual, pautado pelo avanço das políticas neoliberais e discursos de extrema-direita, urge a necessidade dos sindicatos, sindicalistas, formadores, etc. voltarem às bases e fomentarem um trabalho de conscientização com as massas. Nenhum detalhe pode ser ignorado. Nem mesmo os espaços virtuais. Tudo deve ser (re)conquistado, (re)construído e (re)formulado. Anos de lutas não podem ser jogadas fora apenas por um capricho das elites. Direitos nunca são dados, direitos foram conquistados! E à duras penas! Muitas vezes às custas da própria vida, como no caso dos mártires de Chicago. O recado deixado por Marx e Engels no Manifesto Comunista ainda é bem atual: "Trabalhadores do mundo inteiro, uni-vos; vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões" 👊👊🏽👊🏿

#reflexoes
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛