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💣💥 A derrubada de um governante democraticamente eleito (vale lembrar que naquela época se escolhiam os presidentes e os vice-presidentes separadamente, e João Goulart derrotou os adversários Milton Campos - UDN - e Fernando Ferrari - PDC - no pleito de 1960 para vice-presidência) sempre será um Golpe de Estado. Neste caso articulado e executado por militares linha-dura e com o apoio interno da burguesia mercantil e industrial, de setores mais conservadores da sociedade, como grupos alinhados com o anticomunismo na Igreja Católica; e com o apoio externo dos Estados Unidos da América, tudo isso alinhado com o contexto da Guerra Fria, disputa ideológica e militar entre Estados Unidos e seus aliados, que defendiam o Capitalismo, e a União Soviética e seus aliados, que defendiam o Socialismo Real (não confundir com Comunismo, que nunca foi posto em prática, apesar dos rótulos usados por alguns países socialistas). O conceito de Revolução, enquanto processo histórico de rupturas e mudanças de estruturas de poder, capazes de provocar transformações sociais, políticas, econômicas ou culturais, não se adequa ao contexto histórico do fato em questão, uma vez que a tomada do poder pelos militares não trouxe nenhuma mudança no status quo dos que estavam nas camadas dominantes, que mantiveram-se como classe hegemônica. Uma Revolução, propriamente dita exigiria bem mais dos seus atores, caso ela tivesse mesmo acontecido, o que não se sucedeu em 1964, como também não havia nenhum índicio de uma Revolução Socialista em curso no Brasil. Nem mesmo com as Reformas de Base, propostas por João Goulart no famoso comício de 13 de março de 1964 seria possível elaborar uma ruptura estrutural da sociedade, que justificasse aquilo como sendo algo revolucionário, no máximo, seriam medidas reformistas, que não alterariam a configuração da sociedade brasileira, desde os tempos coloniais, com uma oligarquia agrária controlando as estruturas de poder, e agora dividindo estes espaços de poder com a burguesia industrial e comercial dos centros urbanos. As duas versões apresentadas e defendidas por grupos revisionistas, não são compatíveis nem com o conceito de Revolução, nem com o de Contrarrevolução, restando então afirmar, dentro de uma análise de conjuntura histórica, que houve sim um Golpe de Estado, ao qual alguns chamam de Golpe Militar, enquanto que outros preferem chamar de Golpe Civil-Militar, cuja duração de 21 anos (1964-1985) deixou um legado de autoritarismo, violência aos opositores, "milagre econômico" às custas do endividamento externo, nacionalismo exacerbado, violações de direitos humanos, e sobretudo negação do Estado Democrático de Direito. 🙅♂️👎😠
#60anosdogolpemilitarde1964
#historiadoregimemilitarbrasileiro
#DitaduraNuncaMais
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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