quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ESPECIAL PADRE JOÃO RIBEIRO - Resumo Biográfico

Coube ao padre João Ribeiro confeccionar a bandeira dos revoltosos de 1817, que viria a ser mais tarde adotada como a bandeira oficial do Estado de Pernambuco.

O Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro nasceu em Tracunhaém, Pernambuco, a 28 de fevereiro de 1766. Foi colaborador botânico nas expedições científicas voltadas para a botânica do naturalista Dr. Arruda Câmara, de quem recebeu grande influência intelectual.

Homem culto, João Ribeiro entrou para vida religiosa no convento do Carmo, estudou, depois, no Seminário de Olinda e concluiu seus estudos no Colégio dos Nobres em Lisboa. Teve influência das idéias da Revolução Francesa no período que estudou na Europa. De volta para Pernambuco, estabeleceu-se como Sacerdote e professor no Seminário de Olinda. Nesta época, o Brasil tinha passado a Reino Unido de Portugal e Algarves e era sede do governo Português na pessoa de Dom João VI, que viera para o Brasil com quase toda corte para fugir da dominação francesa. Era, então, tempo das idéias separatistas na Europa e América do Norte.

A Revolução Pernambucana de 1817 reuniu intelectuais, Padres, senhores de engenhos, comerciantes e militares na busca de seus ideais de liberdade. O movimento eclodiu no dia 16 de março, durou 74 dias de República e expandiu-se até as províncias da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Ao Padre João Ribeiro, por sua liderança e idéias com base num vasto conhecimento da causa, coube o cargo relativo aos negócios eclesiásticos, tendo recebido o total apoio dos religiosos e, também, do povo.

Não tardou a reação das Tropas Reais, o Recife foi tomado pelas tropas e todos os chefes foram mortos com a cabeça decapitada. O Padre João Ribeiro marchou com o destaque da tropa do Exército Patriótico para o engenho do Paulista, onde tantas vezes, em reuniões secretas, proclamara suas idéias de liberdade. Tiveram, então, notícia da derrota total do governo Provisório Revolucionário e da perseguição pelo Exército Real aos que haviam fugido da Capital. Entendendo que a derrota do movimento era o fim dos seus ideais e que seriam todos mortos pelas forças do poder prepotente que ele combatera, Padre João Ribeiro fez seu próprio julgamento, não aceitou que seus ideais fossem vencidos pelos inimigos e suicidou-se por enforcamento, como um forte soldado que não se entrega. Foi sepultado ao lado da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Engenho Paulista. Três dias depois, seu cadáver, após ser desenterrado, foi mutilado, esquartejado e sua cabeça ficou exposta com escárnio na Praça do Pelourinho em Recife, por determinação do Almirante Rodrigo Lobo, comandante da esquadra das forças governamentais vitoriosas, que fora enviada pelo governo da Bahia.

O crânio do Padre João Ribeiro, até o ano de 2001, estava exposto no Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, onde se cultua a História, e ficou exposto à visitação do público como forma de homenagem ao morto.

A diretoria do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, naquele ano, entendeu que, sem o sepultamento, o castigo do Padre seria perpetuado e, junto ao Governo do Estado, à Arquidiocese de Olinda e Recife, o Vigário Administrador da Paróquia, e o Prefeito Municipal, junto com o secretário de Turismo, Esporte e Cultura da Cidade do Paulista, resolveram sepulta-lo dignamente e de modo cristão, num gesto de respeito ao homem público e de ideal nacionalista que foi o Padre João Ribeiro. Em 29 de outubro de 2001, o crânio do Padre João Ribeiro, numa urna de bronze, finalmente foi enterrado num túmulo, construído especialmente para ele dentro da igreja de Santa Isabel Rainha de Portugal, no Centro de Paulista, à esquerda de quem entra no templo, após quase 2 séculos de seu sepultamento fora da igreja de Nossa Senhora da Conceição do engenho Paulista.

A nova sepultura na igreja de Santa Isabel é lacrada por uma placa de granito. Do lado esquerdo fica uma placa de bronze, contando a história da luta do religioso, e, no lado direito, um brasão em bronze com representações das Armas e Honras do Estado de Pernambuco, feito pelo escultor Jobson Figueiredo. Enfim, Paulista deu honrarias e o descanso merecido ao herói da Revolução Pernambucana de 1817, que, antes, em seu solo, pôs fim à sua vida, num gesto nobre de patriotismo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALCÂNTARA, Laurita Maria de PAULISTA Algumas Contribuições para a sua História, Editora Claranto , Paulista, 2002

ESPECIAL PADRE JOÃO RIBEIRO - Reportagem da época



PAULISTA SEPULTA CRÂNIO DE PADRE REVOLUCIONÁRIO

padre João Ribeiro foi um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817

por José Ricardo de Souza*

No último dia 29 de outubro de 2001 foi sepultado na Igreja de Santa Isabel, no centro de Paulista, o crânio do padre João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817, revolta que pretendia libertar o Brasil de Portugal. O crânio fazia parte do acervo do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, onde ficava exposto numa urna, até ser doado para a Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres de Maranguape (nome oficial da Paróquia de Paulista), que juntamente com outros órgãos (Prefeitura Municipal e Governo Estadual) viabilizaram o sepultamento do crânio nas dependências da Igreja. O crânio do padre João Ribeiro foi recebido com honras de um verdadeiro herói, num cortejo acompanhado por batedores da Bptran, tropas da cavalaria, que se juntaram na entrada da cidade, salva de tiros, e um Cadilac de 1929, onde foi trazido a urna mortuária. Ao chegar à cidade, por volta das 10:30 h, autoridades, estudantes e populares aguardavam na frente da Igreja o cortejo, embora, muita gente não sabia muito bem do que se travasse. Alguns pensaram até que fosse um funeral da família Lundgren, outros dias que a urna continua cinzas ...

Após a chegada do cortejo, foram feitos alguns discursos, ainda em frente à Igreja, e às 11:00 h teve início à missa. Durante o sermão, o vigário, padre Valdemir José, reconheceu publicamente o erro da Igreja em haver ignorado durante tantos anos (mais de dois séculos) o crânio do padre revolucionário, e que finalmente agora o padre teria um sepultamento digno de um servo da Santa Igreja. Ele também ressaltou a importância do padre João Ribeiro para a História de Paulista e da Igreja também: “a Igreja, nunca foi descomprometida com a causa social como muita gente quer, a Igreja sempre motivou o povo a buscar sua libertação”. Carlos Bezerra Cavalcanti, sócio do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, lembrou que na análise do historiador Oliveira Lima o movimento de 1817 foi o único que mereceu o nome de revolução, pois “veio realmente para mudar a aristocracia, embora não tenha vingado”. Na opinião de Carlos Bezerra, o padre João Ribeiro foi um grande religioso, um herói e um mártir.

Diretores de duas grandes escolas também estiveram presentes na solenidade, foram eles José de Anchieta, do Colégio Municipal José Firmino da Veiga, e o padre Renato Maia, diretor do Colégio Paroquial Nossa Senhora de Fátima. Ambos, assim como a maioria dos presentes, ressaltaram a importância do fato histórico, do papel do padre João Ribeiro, e da necessidade de se resgatar a memória dos grandes líderes do povo. Padre Renato Maia afirmou que “o padre João Ribeiro lutou para criar uma terra sem donos, sem propriedades, uma terra de irmãos, lutou e deu a vida por isso”. Ele lembrou que a Escola Paroquial foi uma das primeiras a fazer um resgate da História do Paulista, uma “história muito mais bonita do que essa que foi apregoada de maneira oficial por tempo”, destacou.

O vice-prefeito, Aguinaldo Fenelon, mostrou-se preocupado com a perca dos valores históricos: “o nosso povo está perdendo a referência, os nossos jovens, os nossos estudantes, não conhecem a nossa história; após um evento público como este, o estudante vai começar a ler e entender melhor os nossos heróis”. Fenelon destacou a importância desse tipo de resgate histórico para a construção da cidadania, pois como foi por ele colocado “cidade que não tem história, não tem futuro”. Mas, também é preciso, segundo ele, “levar o evento de hoje às escolas públicas e particulares do nosso município”.

O prefeito, Antônio Speck, destacou o caráter libertário do povo pernambucano: “Pernambuco sempre foi um povo altivo, lutador, um povo que queria liberdade., e não queria ficar sob o jugo do opressor”. Para Speck, “esse ato do Instituto Arqueológico e Geográfico de transferir para Paulista os restos mortais de padre Ribeiro é de grande importância, até porque para que nos venhamos a cultivar a nossa história”. Speck reconheceu que “o crânio do padre deveria estar aqui (em Paulista) há mais tempo”. O prefeito também destacou o fato com a importância do turismo religioso para a cidade, uma das metas de sua administração.

Por volta das treze horas, a cerimônia foi encerrada com a colocação da urna no túmulo, encerrando assim uma história de lutas de mais de dois séculos, desde a morte do padre até o seu repouso perpétuo. Esperamos que as causas pelas quais o padre João Ribeiro deu a sua vida, como por exemplo, a igualdade, a justiça, o compromisso com os pequenos, não sejam esquecidas. O seu exemplo, possa servir de referência para o nosso povo, que precisa conhecer mais sobre sua história, seus líderes, principalmente aqueles que lutaram por um ideal, e foram até as últimas conseqüências por isso. Padre João Ribeiro foi um destes exemplos, que não podem, nem devem, ser esquecidos.

* Publicado no Jornal O DIÁLOGO da Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres de Maranguape, na edição de novembro de 2001

EXCLUSIVO - Leia o panfleto original distribuído no dia do sepultamento do crânio do padre João Ribeiro.


SEPULTAMENTO DO MÁRTIR DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Realizado no dia 29 de outubro de 2001

Igreja Santa Isabel

PADRE JOÃO RIBEIRO PESSOA DE MELLO MONTENEGRO

BIOGRAFIA

Nasceu na freguesia de Tracunhaém aos 28 de fevereiro de 1766.

Filho de Manoel de Mello Montenegro e D. Genebra Francisca Pessoa.

É atribuído ao naturalista Dr° Arruda Câmara as bases da formação intelectual de João Ribeiro, que o acompanhou em diversas expedições científicas voltadas para a botânica, tendo, como discípulo, especializando-se em ciência e ainda desenvolvido a habilidade do desenho das plantas.

Sua primeira experiência na vida eclesiástica deu-se no Convento do Carmo, tendo se transferido posteriormente para o Seminário de Olinda, indo depois morar em Lisboa onde estudou no Colégio dos Nobres. De volta para Pernambuco, estabeleceu-e como sacerdote e professor no Seminário de Olinda.

Era então o tempo das ideias separatistas e o padre João Ribeiro, por sua liderança exercida principalmente por seu vasto conhecimento, foi denunciado e apontado como um dos chefes da Revolução de 1817, livrando-se da prisão por ter o general Caetano Pinto de Miranda Montenegro, então governador, retirado-se de Pernambuco.

No governo provisório instalado no dia 8 de março de 1817, coube ao padre João Ribeiro o cargo relativo aos negócios eclesiásticos, tendo recebido total apoio do povo e dos religiosos. No entanto, a reação das tropas reais não tardou e o padre João Ribeiro teve que seguir com uma tropa do chamado exército patriótico para Paulista, onde fez parada no engenho do mesmo nome, quando então tiveram a notícia da derrota irremediável do Governo Provisório.

Ao contrário dos outros elementos da tropa, o padre João Ribeiro preferiu não fugir e suicidou-se por enforcamento. Foi sepultado, então, na capela de Nossa Senhora da Conceição, do Engenho Paulista, de onde três dias depois, não podendo os regalistas beber-lhe o sangue, lançaram-se sobre seus despojos e por ordem do marechal Mello, foi desenterrado e mutilado. A cabeça, separada do tronco, foi levada em trunfo para Recife, onde foi colocada no Pelourinho por determinação do almirante Rodrigo Lobo, comandante da esquadra enviada da Bahia pelo Conde dos Arcos, para reprimir o levante.

Padre João Ribeiro, por sua inteligência, instrução e dedicação religiosa, é considerado por muitos historiadores uma das mais positivas figuras da Revolução de 1817. O Engenho Paulista foi sua última morada, tendo a capela como seu abrigo, não fosse a reação fanática daquele momento histórico.

Prefeitura da Cidade do Paulista - Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes



* Este panfleto faz parte do acervo pessoal do professor e historiador José Ricardo de Souza.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

DEZ PERGUNTAS INSTIGANTES SOBRE O CARNAVAL


1° De onde vem tanto dinheiro para bancar o luxo das escolas de samba?

2° Por que toda vez que um trio anunciava que tava tendo uma briga, a Rede Globo cortava a transmissão do Galo da Madrugada?

3° Por que em ano eleitoral, tem mais sempre um (ou mais) pré-candidato em cima de um trio?

4° Por que ninguém reclama do galo em cima da ponte, mas reclamam quando os estudantes fecham o trânsito nos protestos contra as altas passagens?

5° Como é que nas estreitas ruas do centro do Recife cabem mais de dois milhões de pessoas (nem que se colocasse uma em cima da outra...)?

6° Por que falta dinheiro para hospitais, escolas, postos de saúde, mas sobra... quando o assunto é carnaval?

7° Por que as pessoas se mobilizam para brincar nos blocos, que arrastam multidões, mas se recusam a participar de passeatas ou protestos contra a corrupção dos políticos?

8° Por que a maioria dos blocos insistem em tocar axé, pornobrega, swingueira, coisas que nada tem a ver com o frevo?

9° Por que a maioria das cotas de publicidade sempre são compradas pelas grandes cervejarias, que estimulam o consumo de álcool, e depois vem com essa desculpa de "consuma com moderação"?

10° Por que a mídia, o governo, as autoridades, reforçam o discurso de que no carnaval sexo só com camisinha, afinal o povo vai para brincar ou para transar?

TRABALHO SOBRE AS CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA


(vale para os 1° Anos A, B, e C)

1ª PARTE:

Pesquisar o objeto de estudo das seguintes ciências auxiliares da História. (dica: o objeto de estudo é o que elas estudam)

Ciências Independentes da História:

* Geografia
* Sociologia
* Economia
* Antropologia
* Arqueologia
* Paleontologia

Ciências Dependentes da História:

* Epigrafia
* Paleografia
* Numismática
* Heráldica
* Sigilografia
* Cronologia
* Diplomática
* Genealogia

2ª PARTE:

Escolha um dos pensamentos sobre a História e elabore um comentário sobre ela. (mínimo: 10 linhas)

“Esta é a exposição das informações de Heródoto de Halicarnasso, a fim de que os feitos dos homens, com o tempo não se apaguem”.
Heródoto, historiador grego

“A História é testemunha do tempo, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, mensageira da Antiguidade”
Cícero, poeta latino

“Poema cíclico escrito pelo tempo nas memórias do homem”
Mary Shelley, escritora

“Filosofia aprendida através dos exemplos”
Dionísio de Halicarnasso, hístor

“História é a ciência do passado e do presente, um e outro inseparáveis”
Fernand Braudel, historiador francês

“A História parece passado, mas é sempre presente”
Eduardo Galeano, escritor

“Estudar História é adquirir consciência do que fomos para transformar o que somos”.
Gilberto Cotrim, autor de livros didáticos

“A História faz o historiador tanto quanto o historiador faz a História”.
Jules Michelet

“A História é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo o que foi, e contra o que foi, anuncia o que será”.
Eduardo Galeano

“A história esclarece, pois, as raízes do presente no passado”.
José Van Den Besselaar, professor

“Uma série de fabulações combinadas”.
Napoleão Bonaparte, imperador francês

“Ciência em que dar as respostas certas parece menos importante que propor questões interessantes”.
Edward Gibbon, historiador

“Esquecer a própria a História é a pior tentação a que um povo pode sucumbir”
João Carlos, padre Salesiano e cantor

“História é a matéria mais fascinante que existe”
Jô Soares, escritor e humorista

“Somos frutos do ontem e sementes do amanhã”
José Ricardo, professor e historiador

OBSERVAÇÕES:

* O trabalho pode ser individual ou em dupla (se for em dupla, cada pessoa escolhe uma frase).
* Material: papel pautado ou ofício (manuscrito).
* Citar a bibliografia (livros ou sites onde a pesquisa foi realizada).
* Os trabalhos deverão ser entregues na primeira semana de aula após o carnaval.

Prof° José Ricardo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES DO MÊS - fevereiro


12 - Alef Almeida 2°A
12 - Amanda Cavalcante 1°A
12 - David Willamis 1°C
13 - Benjamim Veiga 1°B
14 - Sandra Helena 1°A
14 - Sérgio da Rocha 2°A
14 - Vanessa Cavalcanti 1°A
15 - Ingred Beatriz 1°B
17 - Kananda Rayane 1°A
19 - Anderson Gomes 1°C
20 - Larissa Maria 2°A
19 - Caio Dornelas 1°A
20 - Gleidjane Aylane 1°C
21 - Nilson Alves 1°C
22 - Rodrigo Atanásio 3°A
24 - Taiani Carolini 3°A
27 - Cristyan Fellipe 1°C

Aos nossos aniversariantes de fevereiro desejamos os sinceros votos de paz, saúde e sobretudo prosperidade. Que saibam aproveitar aquilo que Deus lhes deu de melhor, que é a vida. E que a vivam em abundância e com sabedoria, sabendo escolher bem seus caminhos, suas amizades, e quais metas e objetivos devam ser atingidos para vencer na vida sem perder a dignidade e o respeito. Aniversariar é um privilégio. Que vocês possam gozar deste privilégio por muitos e muitos anos. Sempre.

Ass.: Prof° José Ricardo