quinta-feira, 31 de março de 2022

GOLPE SE REPUDIA 😠😤

Segundo dados do relatório Brasil: nunca mais, de 1985, o regime militar deixou um legado nefasto para as futuras gerações de brasileiros, evidenciado pelos seguintes números:

✅ Entre os anos de 1964 e 1979, 10 mil brasileiros foram para o exílio por motivos políticos;
✅ 707 processos políticos foram abertos pelos órgãos de repressão, que implicaram 7367 detidos, sendo que 1918 deles afirmaram ter sofrido torturas durante o processo;
✅ 4682 civis foram perseguidos ou demitidos do serviço público;
✅ 595 políticos eleitos tiveram seus mandatos cassados;
✅ 1805 militares foram colocados à margem ou destituídos de seus postos;
✅ 144 cidadãos foram brutalmente mortos, nos porões da ditadura, vítimas de tortura;
✅ Cerca de 152 brasileiros são tidos como desaparecidos políticos, pois seus corpos não foram restituídos às famílias.

Passados mais de cinquenta anos do golpe de 1964, parentes desses familiares desaparecidos ainda lutam na justiça pelo reconhecimento por parte do governo de que foram vítimas da ditadura. 

"Página infeliz da nossa história", Chico Buarque.

📖 SUGESTÕES PARA QUEM QUER SABER MAIS SOBRE O GOLPE DE 1964 🎥

✅ Autores brasileiros que escreveram sobre o tema:

📝 Carlos Fico (uma sumidade, por sinal)
📝 Marcos Napolitano
📝 Marcos Antônio Villa
📝 Júlio José Chiavenato
📝 Jacob Gorender
📝 Fernando Gabeira
📝 Elio Gaspari
📝 Daniel Arão Reis
📝 Luiz Octavio de Lima
📝 Maria Aparecida de Aquino

✅ Bibliografia recomendada sobre o tema:

📖 BRASIL: Nunca Mais. Paulo Evaristo Arns (org). Vozes.
📖 Além do Golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Carlos Fico. Record.
📖 O Golpe de 1964. Momentos Decisivos. Carlos Fico. FGV.
📖 Ditadura à brasileira. Marco Antônio Villa. Leya.
📖 1964: História do regime militar brasileiro. Marcos Napolitano. Contexto.
📖 Almanaque 1964. Ana Maria Bahiana. Companhia das Letras.
📖 Os Anos de Chumbo. Luiz Octavio de Lima. Planeta.
📖 Coleção Elio Gaspari (A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada, A Ditadura Encurralada, A Ditadura Acabada). Intríseca.
📖 A casa da vovó. Marcelo Godoy. Editora Alameda.
📖 O Massacre da Granja São Bento. Luiz Felipe Campos. CEPE.
📖 Eu Não sou Cachorro Não - música popular cafona e ditadura militar. Paulo César de Araújo. Record.
📖 Castello - A marcha para a ditadura. Lira Neto. Contexto.
📖 Marighella. Mário Magalhães. Companhia das Letras.
📖 1964 - O golpe. Flávio Tavares. L&PM.
📖 Ditadura: O que resta da transição. Milton Pinheiro (org). Boitempo.
📖 Livros contra a ditadura: editoras de oposição no Brasil, 1974-1984. Flamarion Maués. Publisher.
📖 1964: O golpe que derrubou um presidente e instituiu a ditadura no Brasil. Jorge Ferreira e Angela de Castro Gomes. Civilização Brasileira.
📖 Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Daniel Aarão Reis. Zahar.
📖 A ditadura Militar e os golpes dentro do golpe – 1964-1969. Carlos Chagas. Record.
📖 A ditadura que mudou o Brasil – 50 anos do golpe de 64. Daniel Aarão Reis, Marcelo Ridenti e Rodrigo Patto Sá Motta. Zahar.
📖 1964 – Golpe ou contragolpe? Hélio Silva. L&PM.
📖 O passado que não passa – As sombras das ditaduras na Europa do Sul e na América Latina. Org.: António Costa Pinto e Francisco Carlos Palomanes Martinho. Civilização Brasileira.
📖 O verão do golpe. Roberto Sander. Maquinária.
📖 O golpe de 1964 e o regime militar. João Roberto Martins Filho. EdUFSCar
📖 Não passarás o Jordão – Tortura, terror e morte na ditadura militar brasileira. Luiz Fernando Emediato. Geração.
📖 O espaço da dor: O regime de 64 no romance brasileiro. Regina Dalcastagné. UNB
📖 Ainda estou aqui. Marcelo Rubens Paiva. Alfaguara.
📖 Combate Nas Trevas - A Esquerda Brasileira: Das Ilusões Perdidas À Luta. Jacob Gorender. Ática.

✅ Filmografia baseada em fatos reais:

🎞️ O Desafio, de Paulo César Saraceni (1965)
🎞️ Terra em Transe, de Glauber Rocha (1967)
🎞️ Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho (1964-1984)
🎞️ O Bom Burguês, de Oswaldo Caldeira (1979)
🎞️ Pra Frente Brasil, de Roberto Farias (1982)
🎞️ Jango, de Silvio Tendler (1984)
🎞️ Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo Salles (1984)
🎞️ Muda Brasil, de Oswaldo Caldeira (1985)
🎞️ Que bom te ver viva, de Lúcia Murat (1989)
🎞️ Lamarca, de Sérgio Rezende (1994)
🎞️ O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto (1997)
🎞️ Araguaya - A Conspiração do Silêncio, de Ronaldo Duque (2004)
🎞️ Vlado - 30 Anos Depois, de João Batista de Andrade (2005)
🎞️ O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger (2006)
🎞️ Zuzu Angel, de Sergio Rezende (2006)
🎞️ Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton (2007)
🎞️ Hércules 56, de Silvio Da-Rin (2007)
🎞️ Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski (2009)
🎞️ O Dia que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares (2013)
🎞️ 70, de Emilia Silveira (2015)
🎞️ Soldados do Araguaia, de Belisário Franca (2017)
🎞️ Deslembro, de Flavia Castro (2018)
🎞️ Marighella, de Wagner Moura (2019)
🎞️ Legalidade, de Zeca Brito (2019)

#58anosdogolpede1964
#historiarecentedobrasil
#DitaduraNuncaMais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

domingo, 6 de março de 2022

💪😠 A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 😤💪

AS CAUSAS

💰 A grande seca de 1816 que destruiu a agricultura e provocou fome pelo nordeste.
💰 A pesada carga tributária imposta pela corte portuguesa no Brasil para custear suas despesas no Rio de Janeiro.
💰 A decadência da economia pernambucana da época provocada pela queda de preços dos principais produtos coloniais produzidos na capitania, mais precisamente o açúcar e o algodão.
💰 As rivalidades entre brasileiros e portugueses.
💰 A influência da Maçonaria.
💰 A influência das emancipações das colônias norte-americanas na América do Norte e das colônias espanholas nas Américas do Sul e Central.
💰 A influência da Revolução Francesa.

A MAÇONARIA

🏛️ As sociedades secretas maçônicas foram centros importantes de discussão e divulgação das ideais liberais, antiabsolutistas e anticolonialistas. No início do século XIX, já existiam em Pernambuco, na Bahia e no rio de Janeiro várias dessas sociedades ou lojas, onde se reuniam proprietários, comerciantes, padres, militares e funcionários públicos. Em Pernambuco, algumas ficaram famosas, como a do Paraíso, no Recife, e a de Suassuna, no engenho do mesmo, em Jaboatão. Foi nas reuniões dessas sociedades e do Seminário de Olinda que se tomaram as decisões e que se fizeram os planos da Revolução Pernambucana de 1817.

🏛️ A Maçonaria surgiu na Europa durante a Idade Média, era uma associação de homens que possuíam os segredos da construção das igrejas. Em francês, “maçon" significava “pedreiro”. Eles se reúnem em lojas maçônicas ou clubes maçônicos espalhados por todo o mundo. A primeira loja maçônica do Brasil foi fundada aqui em Pernambuco em 1796, chama-se Areópago de Itambé e fica localizada na Rua Dr. Correia Lima, nº 27, no centro da cidade de Itambé-PE.

OS PERSONAGENS

👊 Domingos José Martins - maçom, rico comerciante.
👊 Domingos Teotônio Jorge - membro da aristocracia pernambucana, militar de carreira (capitão).
👊 Antônio Gonçalves Cruz (Cabugá) - comerciante, foi o representante da Revolução nos Estados Unidos.
👊 João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro - padre e professor do Seminário de Olinda.
👊 José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (padre Roma) - Teólogo e bacharel em Direito.
👊 Miguel Joaquim de Almeida e Castro (frei Miguelinho) - foi professor do Seminário de Olinda e ativista da Maçonaria.
👊 José de Barros Lima (Leão Coroado) - Oficial da artilharia, foi um dos principais chefes militares do movimento.
👊 Antônio de Morais Silva - cientista e jurista formado em Coimbra.
👊 Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, visconde de Suassuna - um dos mais ricos e influentes proprietários pernambucanos, chefe político e militar da revolta.
👊 Gervásio Pires Ferreira - proprietário e comerciante, financiou o movimento e exerceu importantes funções no governo republicano.
👊 Vicente Guimarães Peixoto - cirurgião
👊 Manuel de Souza Teixeira - Tenente
👊 José Mariano Cavalcanti - Tenente
👊 Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, irmão de José Bonifácio de Andrada, futuro Patriarca da Independência.
👊 Joaquim do Amor Divino Rabelo (Frei Caneca) – padre da Ordem do Carmo (Carmelita), foi professor de geometria e gramática, jornalista e orador,

OBSERVAÇÕES:

✅ Frei Caneca seria o líder de outro movimento importante na história pernambucana: a Confederação do Equador de 1824 que proclamou um governo republicano na província e a separação do Império. Frei Caneca foi preso e executado em Recife em 1825.

✅ Sentindo que a Revolução de 1817 estava sendo sufocada e reprimida pelas tropas joaninas (de D. João), o padre João Ribeiro preferiu matar-se a ser executado pelos seus algozes. Seu corpo foi sepultado ao lado da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Engenho Paulista. Seu corpo foi profanado, arrastado por cavalos até Recife, esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública. Até 29 de outubro de 2001 seu crânio estava guardado numa urna no Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, quando finalmente recebeu um sepultamento cristão nas dependências da Igreja de Santa Isabel no centro de Paulista, Pernambuco.

AS PROPOSTAS

📜 Proclamar uma república nos moldes da Revolução Francesa.
📜 Separar politicamente o Brasil de Portugal.

✳️ OBSERVAÇÃO: Ao conseguir tomar o poder por algum tempo, a Revolução Pernambucana de 1817 foi uma das únicas rebeliões anteriores à Independência que ultrapassou a fase meramente da conspiração. Os rebeldes permaneceram no poder por 75 dias.

O DESENROLAR DOS FATOS

💣 Ao tomar conhecimento da conspiração, o governador de Pernambuco Caetano Pinto de Miranda Montenegro (que segundo uma quadrinha popular da época era Caetano no nome, Pinto na coragem, Monte na altura, e Negro nas ações) ordenou a prisão dos conspiradores. O major José de Barros Lima (o Leão Coroado) resistiu e matou o oficial português encarregado de prendê-lo. Era o estopim para a Revolução. Os rebeldes se organizaram com rapidez e tomaram Recife, libertaram os presos políticos e muitos deles corriam pelas ruas a cata de portugueses, aos gritos de “Mata marinheiro!”. Vendo que a situação estava ficando insustentável, o governador fugiu para o Rio de Janeiro.

💣 Os revolucionários instalaram um governo provisório, com a participação de cinco membros, que representavam setores da população: o comércio, o exército, o clero, a agricultura e a justiça. As primeiras medidas do novo governo foram a adoção de uma bandeira (que é usada até hoje para representar o Estado de Pernambuco) e a redação de uma Constituição. Esta garantiria a liberdade de pensamento, de imprensa e de religião. Além disso, a Junta Revolucionária enviou mensageiros ao exterior e para as principais capitanias do Nordeste para conseguir apoios e novas adesões. Os que foram enviados ao Ceará foram presos e o que foi à Bahia foi fuzilado.

🙋‍♂️🙋🏽‍♀️ Você sabia que a data magna do Estado de Pernambuco é 6 de março, dia em que no ano de 1817, explodiu a Revolução Pernambucana?

O DESTINO DOS CONJURADOS

⚖️⛓️ A repressão do governo de D. João VI foi rápida. A cidade do Recife foi cercada por tropas vindas do Rio de Janeiro e da Bahia. Numericamente superiores ao dos revolucionários, após muitas lutas as tropas metropolitanas conseguiram sufocar a Revolução de 1817. Recife foi ocupada pelas tropas leais ao rei; violências e assassinatos foram cometidos pelos soldados. Os principais líderes, doze aproximadamente, foram condenados à morte e executados em Recife e na Bahia.

⚖️⛓️ Outros 72, também condenados à morte, foram perdoados por D. João no inicio de 1818. Em 19 de maio de 1817 a Revolução Pernambucana estava encerrada com um saldo de perdas e mortes dos principais líderes. No entanto, o espírito de lutas dos pernambucanos continuaria vivo e presente em outros movimentos e conspirações posteriores, como por exemplos a Convenção de Beberibe (1821), a Confederação do Equador (1824) a Revolução Praieira (1848-1850)

📕📗 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 📘📙

📖 1817 E OUTROS ENSAIOS. Organizadores: Antônio Jorge Siqueira, Flávio Teixeira Weinstein, Antônio Paulo Rezende. Recife: CEPE, 2017.
📖 ABCdário da Revolução Pernambucana de 1817. Organizado por Maria Betânia Corrêa de Araújo. Recife: CEPE, 2017.
📖 ANDRADE, Manuel Correia. A Revolução Pernambucana de 1817. Coleção Guerras e Revoluções Brasileiras. São Paulo: Ática, 1995.
📖 COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil - da Conquista à Independência. Volume 1. São Paulo: Saraiva, 1992.
OLIVEIRA, Paulo Santos. A Noiva da Revolução - o Romance da República de 1817. Associação Centro Vivo Recife, 2014.
📖 PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudino. História e Vida - Brasil: da Pré-História à Independência Volume 1. São Paulo: Ática, 1993.
📖 SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História do Brasil Volume 1 São Paulo: Ática, 1992.
📖 VICENTINO, Cláudio & DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. História Geral e do Brasil. Série Parâmetros. São Paulo: Scipione, 2001.