Olá estudantes, professores, pesquisadores e amantes da ciência histórica. Neste blog vocês encontrarão vasto material de minha autoria sobre assuntos relacionados a esta ciência, além de vários links úteis para seu aprendizado. Bem vindos à nossa estranha confraria, que zela para que os feitos dos homens não se perdam nas névoas do tempo. Que a musa Clio nos guie nessa jornada pelo passado. #muitahistoriapracontar
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
EXCLUSIVO - Leia o panfleto original distribuído no dia do sepultamento do crânio do padre João Ribeiro.
SEPULTAMENTO DO MÁRTIR DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
Realizado no dia 29 de outubro de 2001
Igreja Santa Isabel
PADRE JOÃO RIBEIRO PESSOA DE MELLO MONTENEGRO
BIOGRAFIA
Nasceu na freguesia de Tracunhaém aos 28 de fevereiro de 1766.
Filho de Manoel de Mello Montenegro e D. Genebra Francisca Pessoa.
É atribuído ao naturalista Dr° Arruda Câmara as bases da formação intelectual de João Ribeiro, que o acompanhou em diversas expedições científicas voltadas para a botânica, tendo, como discípulo, especializando-se em ciência e ainda desenvolvido a habilidade do desenho das plantas.
Sua primeira experiência na vida eclesiástica deu-se no Convento do Carmo, tendo se transferido posteriormente para o Seminário de Olinda, indo depois morar em Lisboa onde estudou no Colégio dos Nobres. De volta para Pernambuco, estabeleceu-e como sacerdote e professor no Seminário de Olinda.
Era então o tempo das ideias separatistas e o padre João Ribeiro, por sua liderança exercida principalmente por seu vasto conhecimento, foi denunciado e apontado como um dos chefes da Revolução de 1817, livrando-se da prisão por ter o general Caetano Pinto de Miranda Montenegro, então governador, retirado-se de Pernambuco.
No governo provisório instalado no dia 8 de março de 1817, coube ao padre João Ribeiro o cargo relativo aos negócios eclesiásticos, tendo recebido total apoio do povo e dos religiosos. No entanto, a reação das tropas reais não tardou e o padre João Ribeiro teve que seguir com uma tropa do chamado exército patriótico para Paulista, onde fez parada no engenho do mesmo nome, quando então tiveram a notícia da derrota irremediável do Governo Provisório.
Ao contrário dos outros elementos da tropa, o padre João Ribeiro preferiu não fugir e suicidou-se por enforcamento. Foi sepultado, então, na capela de Nossa Senhora da Conceição, do Engenho Paulista, de onde três dias depois, não podendo os regalistas beber-lhe o sangue, lançaram-se sobre seus despojos e por ordem do marechal Mello, foi desenterrado e mutilado. A cabeça, separada do tronco, foi levada em trunfo para Recife, onde foi colocada no Pelourinho por determinação do almirante Rodrigo Lobo, comandante da esquadra enviada da Bahia pelo Conde dos Arcos, para reprimir o levante.
Padre João Ribeiro, por sua inteligência, instrução e dedicação religiosa, é considerado por muitos historiadores uma das mais positivas figuras da Revolução de 1817. O Engenho Paulista foi sua última morada, tendo a capela como seu abrigo, não fosse a reação fanática daquele momento histórico.
Prefeitura da Cidade do Paulista - Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes
* Este panfleto faz parte do acervo pessoal do professor e historiador José Ricardo de Souza.
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Nota 100000000000 para o trabalho, uma edição histórica, única.
ResponderExcluirRendo-me, parabéns!!