sábado, 15 de novembro de 2025

💪🙋🔰 A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL 🔰🙋👊

por José Ricardo de Souza*

No dia 15 de novembro de 1889, quando as tropas militares comandadas pelo marechal Deodoro da Fonseca ocuparam o Palácio Imperial e anunciaram a deposição de D. Pedro II, tivemos o fim do Império brasileiro e o advento da República. A palavra República tem origem latina (vem de res publica) e pode ser traduzida como "coisa pública", embora sua instauração no Brasil foi feita não foi feita pelo povo, mas por membros da oligarquia rural e setores do Exército, que embora defendessem interesses distintos, se uniram num projeto político comum para derrubar o Império. A idéia de República não era nova no Brasil, remonta aos tempos coloniais, sendo a Capitania de Pernambuco privilegiada neste item, pois partiu daqui, mais precisamente de Bernardo Vieira de Melo, o primeiro "Grito de República", no antigo Senado e Câmara da Vila de Olinda, em 10 de novembro de 1710, durante o tempestuoso conflito intitulado "Guerra dos Mascates". O feito é citado por Oscar Brandão da Rocha na letra do Hino de Pernambuco: "a República é filha de Olinda".

Os pernambucanos levantaram a bandeira republicana outras vezes: em 1817, durante a Revolução Pernambucana, na Confederação do Equador (1824) e na Revolução Praieira (1848-1850). As Conjurações Mineira (1789) e Baiana (1798), as revoltas regenciais da Cabanagem (1835-1840) e Farroupilha (1835-1845) foram outros movimentos de orientação republicana, sendo todos eles sufocados por forças legalistas, leais à metrópole ou ao império brasileiro. O processo de ruptura com a ordem imperial nasceu em meados do século XIX com as transformações sociais e econômicas surgidas no Brasil, que paulatinamente passava por um tímido processo de industrialização e crescimento das cidades, o que favoreceu à formação de novos grupos sociais, como as médias camadas urbanas. O controle político ainda era centralizado na figura do Imperador D. Pedro II, e disputado pelos partidos conservador e liberal, embora ambos representassem a oligarquia rural, proprietária de terras e de escravos.

Após a Guerra do Paraguai (1865-1870) o recém-formado Exército brasileiro passou a reivindicar maior participação na ordem política do país, o que foi veementemente negado. As lutas pela abolição da escravatura tomaram amplitude nas discussões políticas e ideológicas, sob influência velada do governo inglês interessado em transformar ex-escravos em trabalhadores assalariados, portanto possíveis consumidores das mercadorias inglesas que invadiram o mercado brasileiro na época. O governo imperial prometia uma abolição, embora "lenta e gradual" para não ferir os interesses dos cafeicultores. O envolvimento de alguns padres católicos com a Maçonaria foi alvo de conflito com o Império. Em obediência ao papa Pio IX, os bispos de Olinda, Dom Vital, e do Pará, Dom Macedo, puniram padres que participavam da Maçonaria, sendo por isso presos e condenados à trabalhos forçados. Assim se delinearam os três suportes ideológicos do movimento republicano: a questão militar, a questão abolicionista e a questão religiosa.

A articulação política dos republicanos foi formalizada na Convenção de Itu em 1873, onde foi fundado o poderoso Partido Republicano Paulista - PRP. O local escolhido para a reunião, um casarão de uma ilustre família de cafeicultores paulista, os Almeida Prado davam uma dimensão do que estava para acontecer. Os republicanos expuseram suas propostas num documento intitulado "Manifesto Republicano", onde se lê "somos da América e queremos ser americanos", numa clara referência que, com exceção do México, o Brasil foi o único país das Américas a adotar o regime monárquico após a emancipação política da metrópole portuguesa.

O colegiado militar recebeu influências do Positivismo francês do filósofo Augusto Conte, que inspirou o lema da bandeira republicana "ordem e progresso" – uma versão compacta do lema desta escola filósofica: "o amor por princípio, a ordem por base; o progresso por fim" – e defendia um Estado forte para promovê-lo sem grandes rupturas com a ordem social existente. Ainda havia a questão da sucessão, uma vez que a princesa Isabel era casada com Gastão de Orléans, o Conde D'Eu, de origem francesa e de má fama após as atrocidades cometidas por ele na Guerra do Paraguai, como executar prisioneiros e incendiar hospitais de campanha.

O desenrolar dos acontecimentos após estes fatos foram meticulosamente articulados para colocar as tropas contra o imperador. Primeiro, a adesão de lideranças civis, como Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério, Aristides Lobo, Rui Barbosa, Silva Jardim, entre outros com os principais chefes militares, o próprio Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant (positivista convicto) e Solón Ribeiro. A partir daí bastaram boatos sobre supostas prisões de militares republicanos para desencadear o golpe militar. Às nove horas do dia 15 de novembro de 1889, o Visconde de Ouro Preto, chefe do governo imperial, é comunicado oficialmente do fim do Império brasileiro. No dia seguinte, dom Pedro II e sua família são exilados para a Europa. Dom Pedro II viria a falecer dois anos depois em Paris, esquecido e abandonado.

Concluindo, podemos afirmar que a República brasileira nasceu de um golpe militar, articulado pelos cafeicultores desafetos com a abolição da escravatura, e articulado pelos militares da linha positivista. Em nenhum momento, houve qualquer indício de participação popular, como bem salientou o jornalista Aristides Lobo: "o povo assistiu bestializado".

O Brasil republicano, pouco mudou para a maioria da população, que continuou empobrecida e excluída das decisões e dos grandes processos nacionais. Os donos do poder continuaram os mesmos, ou seja, era a oligarquia latifundiária comprometida com o capitalismo internacional, leia-se capitalismo inglês na época. A continuidade do governo republicano revelou mais adiante muitas manifestações contrárias aos desmandos do governo: Revoltas da Armada, Revolução Federalista, Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Tenentismo, e finalmente a Revolução de 1930, que pôs fim à chamada República Velha.

Das camadas mais populares às classes médias urbanas, dos antigos membros da Armada imperial até os jovens "tenentes", e até mesmo alguns republicanos históricos, que se decepcionaram com os rumos que a República tomou, podemos dizer que houve uma grande insatisfação com a mudança do regime, que embora prometesse uma entrada digamos mais moderna para o século XX, acabou entregando um período turbulento, com muitas insatisfações, revoltas, golpes, crises econômicas e muita desigualdade social. Não foi realmente a República com a qual muitos sonharam e lutaram.

* O autor é historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor e criador do projeto Muita História pra Contar. Sócio do Instituto Arqueológico, Histórico, Geográfico Pernambucano (IAHGP) e do Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico e Antropológico da Cidade do Paulista (IHGAAP). Membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista (ALAP).

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

💪👊🙋 A REPÚBLICA É FILHA DE OLINDA 🙋👊💪


por José Ricardo de Souza*

Quem passa na rua Bernardo Vieira de Melo, no centro histórico da cidade de Olinda, talvez não perceba em frente ao Mercado da Ribeira, um pedaço bem espesso de uma antiga parede, o que restou do antigo Senado olindense, um monumento pouco convencional, mas de grande importância e significado histórico. Foi ali naquele local, no dia 10 de novembro de 1710 que pela primeira vez nas Américas foi ventilada a ideia de um governo republicano, em pleno período colonial e dentro de um conflito pouco conhecido e estudado chamado Guerra dos Mascates (1710-1711), que colocou em lados opostos a cidade de Olinda e sua co-irmã, a vizinha Recife.

Após a expulsão dos holandeses de Pernambuco (1654), a economia agromanufatureira entrou em crise por conta da concorrência externa do açúcar antilhano, que era comercializado pelos holandeses. Apesar da crise econômica, a oligarquia rural e escravista mantinha seu poder na capitania, ocupando cargos importantes no Senado e na Câmara de Olinda, onde tinham imóveis e controlavam a política local.

Enquanto isso, o Recife confirmava sua vocação para o comércio e cidade portuária, ocupada principalmente por portugueses e seus descendentes, que se enriqueciam com a venda de produtos importados da Europa, mas eram vistos com desprezo pelos olindenses, que lhes atribuíram um apelido pejorativo de “mascates”. Vale salientar que foram os portugueses endinheirados que emprestaram recursos aos senhores de engenho olindenses, que ficaram muito endividados, mas não  queriam perder a postura aristocrática de “donos da terra e de escravos”.

A gota d’água para estourar o conflito foi a colocação do pelourinho no Recife pelo governador Sebastião de Castro e Caldas em 14 de fevereiro de 1710, atendendo a uma solicitação antiga dos recifenses, que queriam a autonomia da cidade. O gesto foi considerado uma provocação para os olindenses que queriam manter Olinda como vila e sede da capitania e eles decidiram ir até às últimas consequências, incluindo a luta armada, para garantir isso.

É nesse contexto de conflito interno que Bernardo Vieira de Melo propôs no antigo Senado da Câmara olindense, durante a sessão de 10 de novembro de 1710, a criação de uma república na cidade, ideia que nunca tinha sido pautada antes no continente americano, que na época era um grande conglomerado de colônias de países europeus – portugueses, espanhóis, ingleses, holandeses e franceses – em sua maioria colônias de exploração, cuja finalidade eram fornecer matérias-primas e produtos primários ou semi-manufaturados aos mercados europeus. O fato histórico é citado por Oscar Brandão da Rocha na letra do Hino de Pernambuco: "a República é filha de Olinda".

A república de Vieira de Melo pouco tinha a ver com ideais republicanos que hoje conhecemos, como liberdade, democracia ou justiça social, pois o que ele queria mesmo era uma república aos moldes venezianos, oligárquica, elitista e pouco democrática, que representasse os interesses dos grandes senhores de engenho pernambucanos; mas já era visível o desejo de tornar Pernambuco independente de Portugal, com autonomia política-administrativa, maior do que aquela oferecida pela Coroa quando elevou Recife à categoria de vila em 19 de novembro de 1709.

A ideia de criar uma república num território dominado por uma metrópole europeia não vingou, aliás, provocou uma reação repressora dos portugueses que prenderam Vieira de Melo e mandaram-no para Lisboa, onde veio a falecer de uma forma bem inusitada em 1714. Ele estava preso num calabouço escuro e úmido e acendeu um fogareiro que encheu o ambiente fechado com fumaça, provocando sua morte por sufocamento.

Bernardo Vieira de Melo não foi esquecido, e virou nome de ruas e avenidas em Olinda e no Rio Grande do Norte, onde ele chegou a ser governador durante alguns anos. A Guerra dos Mascates terminou sem vencedores, nem vencidos, mas deixou uma brecha aberta para a mudança definitiva da capital da, então província, de Pernambuco para Recife em 1837. A cidade de Olinda teve seu o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da cidade foi tombado pelo IPHAN em 1968, e se tornou patrimônio cultural da humanidade em 1982, quando foi inscrita na lista da UNESCO.

O sonho de Vieira de Melo seria acalentado mais adiante nas Conjurações Mineira de 1789 e Baiana de 1798, e novamente entre os pernambucanos em 1817, quando lograram realizar este ideal por 75 dias. Alguns historiadores e estudiosos citam o período regencial (7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840) como sendo uma experiência republicana, uma vez que o país passou a ser governado por pessoas não ligadas à sucessão dinástica dos Braganças. Foi um período turbulento, com muitas revoltas de norte a sul do país – Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farroupilha, Malês – e com a presença de um pernambucano no poder: Pedro de Araújo Lima, nascido no Engenho Antas (PE), distrito de Serinhaém.

A experiência republicana no Brasil só viria a se realizar permanentemente em 1889 quando o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos militares positivistas e dos cafeicultores paulistas, deram um golpe de Estado que pôs fim ao Império que estava sob o comando do Imperador D. Pedro II

* O autor é professor da rede pública estadual de ensino, historiador, escritor e pesquisador. Membro da ALAP, IAHGP, IHGAAP e da UBE-Paulista. Criador do projeto Muita História pra Contar. ⌛

domingo, 2 de novembro de 2025

👊📚👊🏾 MINHA SOLIDARIEDADE A PROFESSORA JAQUELINE MUNIZ 👊🏿📝👊🏼

🕵📚 Nos últimos anos venho dedicado algumas horas do meu dia a estudar a ascensão da extrema-direita, não apenas no Brasil, mas também no mundo; o que querem, quem são, quais suas estratégias, e por que seu discurso ganha eco, principalmente nas camadas mais empobrecidas.

Umas das estratégias mais usadas por ele é a DESQUALIFICAÇÃO da pessoa ou do lado PROFISSIONAL da pessoa que se coloca contra aquilo que eles defendem. E fazem isso atacando não as ideias, mas a aparência, o trabalho, ou a área em que aquela pessoa atua.

Exemplos disso temos às dezenas. Os mais recentes são Júnior (da dupla Sandy e Júnior), Alcione, Zé Ramalho por seus posicionamentos contrários ao autoritarismo da extrema-direita.

A bola da vez é Jacqueline Muniz, por causa das inúmeras entrevistas sobre o massacre que foi a operação contenção com mais de 120 mortos, a maioria negros e favelados, novidade nenhuma quando vemos o projeto de necropolítica que esse grupo defende.

Apesar de ser uma pessoa com formação superior, com doutorado inclusive, ela vem sendo atacada por influencers, youtubers, e perfis de extrema-direita com todo tipo de ofensa. Essas postagens aparecem do nada no feed das pessoas, porque são impulsionadas (alguém está pagando, e caro, por isso) para que cheguem ao maior número de pessoas possível (viu como precisamos falar sobre regulação das redes sociais?). Fora, é claro, as dezenas de memes disseminados nos grupos de zap e Telegram, a bolha preferida dos neofascistas.

Enquanto profissional de ciências humanas, professor, historiador, pesquisador, membro de institutos históricos e de academias de letras, não poderia deixar de prestar minha solidariedade a professora JAQUELINE MUNIZ e a todos que pagam um alto preço pela coragem, ousadia e determinação em defender a democracia, lutar pelas minorias, tirar da invisibilidade os excluídos, e colocar sempre o Estado Democrático de Direito como sua principal bandeira. 👊👊🏼👊🏽👊🏾👊🏿

#solidariedade #esquerda #naopassarao #segurancapublica #cienciashumanasesociais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛



quarta-feira, 29 de outubro de 2025

🥀🖤🚨😭 RIO DE LUTO 😭🚨🖤🥀

👨🏽‍🦱 😭⚰ 💀 ⚰😭 👮‍♂️

✝️ LUTO 😞 O crime no Rio de Janeiro é organizado demais para um Estado desorganizado e controlado pelas chamadas milícias que disputam com o narcotráfico o poder local nas comunidades, principalmente nas mais empobrecidas. A ausência do poder público nas periferias criou um vácuo de poder que foi preenchido pela ação dos grandes traficantes que cooptam a população com serviços que deveriam ser prestados pelos governantes, como a manutenção de um posto de saúde ou o patrocínio de uma escola de samba ou time de futebol do bairro em troca de fidelidade e proteção contra a ação da polícia.

Ignorar que pessoas que não são criminosas estão no meio do fogo cruzado entre um Estado inerte e incompetente e grupos armados e preparados com alto poder (para)militar tudo isso alinhavado com fios de corrupção, aparelhamento do Estado (e até do Judiciário), pregação religiosa (sim, até as facções descobriram o poder paralelo das Igrejas), é analisar apenas uma camada do problema: aquela que os programas sensacionalistas e os filmes e novelas sempre exploraram, a de que a favela é local de traficante e de bandido!

O sangue derramado de civis e policiais, de bandidos e favelados, é uma mostra do nosso fracasso enquanto civilização e sociedade. Se chegamos ao abismo fatídico do caos é porque faltaram políticas públicas de enfrentamento à violência, de contenção da ascensão das milícias nas periferias, e principalmente fomentar espaços de lazer, educação e trabalho dentro das favelas. Criminalidade e ociosidade não são apenas palavras que rimam, mas palavras que se completam.

Não foram apenas "o policial morto", o "traficante abatido" ou o "morador que morreu de graça", eram pessoas que tinham nomes, rostos, famílias, identidades, vidas, histórias... A necropolítica, que banaliza a morte, como se o "não matarás" nunca tivesse sido escrito no Decálogo, venceu, teve seus minutos de fama, e é claro muitos apoiadores sedentos de sangue..., desde que não seja o seu ou de seus parentes e amigos! O crime exige Justiça, mas quando se troca a lei pelo extermínio, deixa de ser Justiça e passa a ser vingança.

A pacificação exige um ajuste na desigualdade social. O futuro incerto carioca dialoga com a contradição entre o Leblon e Copacabana e a Rocinha e o Vidigal. A diferença está na forma como a Faria Lima e a favela são tratadas no combate à criminalidade. Até parece que a bandidagem só existe no lado dos pretos, pobres e favelados. No Brasil o alvo tem cor, endereço e classe social. E muito sangue ainda vai ser derramado até que a maioria da população entenda isso. 😞😓😥😢😭

#lutopeloriodejaneiro 🖤
#paznasfavelascariocas 🖐
#naoeramapenasmarginais 🥀

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛
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sábado, 25 de outubro de 2025

🔯⚫ OS 50 ANOS DA MORTE DE VLADIMIR HERZOG 😢🖤

por José Ricardo de Souza*

O assassinato de Vladimir Herzog (Vlado), que hoje, dia 25 de outubro de 2025 completa seus 50 anos, foi um dos casos mais emblemáticos da História da Ditadura Militar brasileira. Sua morte abriu feridas profundas dentro das patentes mais altas da caserna, deixando bem evidente o racha entre quem defendia a distensão do regime militar iniciado em 1964 e quem não queria largar o poder, a chamada Linha Dura (Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva já admitiam a passagem do poder para os civis, mas de forma lenta e gradual).

A família de Vlado era originária do antigo Reino da Iugoslávia, seguidores do Judaísmo, por isso fugiram para o Brasil para escapar da perseguição aos judeus estimuladas e executadas pelos nazistas na Europa dos anos 1930.

Herzog naturalizou-se brasileiro e construiu uma premiada carreira no jornalismo brasileiro, além de cineasta. Era formado em Filosofia pela USP e também foi professor de jornalismo na ECA.

Em 1975, Vlado ocupava o cargo de diretor de jornalismo da TV Cultura, o que já lhe valia uma atenção especial dos milicos que controlavam rigidamente o que podia ser assistido, ouvido, ensinado, dramatizado e publicado em livros, revistas e jornais. A prática da censura era uma das formas do regime silenciar seus opositores, e os alvos mais visados eram artistas, escritores, professores, e principalmente jornalistas.

No dia 19 de outubro de 1975, Vlado havia sido procurado pelos militares nas dependências do seu local de trabalho, portanto um dia antes do assassinato. Após uma tensa negociação, ele se comprometeu a comparecer pessoalmente às dependências do DOI-CODI do Comando Militar do Sudeste que funcionava num antigo prédio da rua Tomás Carvalhal, no Bairro do Paraíso, em São Paulo, para esclarecer o que fosse necessário a seu respeito. Há quem diga que Vlado usou desse estratagema para proteger seus colegas de emissora, uma vez que uma detenção abusiva e autoritária sobre a TV, poderia recair também em seus colegas de profissão.

Vlado se dirigiu espontaneamente, dirigindo seu próprio veículo, e sem nenhuma escolta ou guarnição militar ao local combinado, onde dez jornalistas já estavam detidos. O que deveria ser uma conversa franca e aberta, foi substituída por uma seção de torturas comandadas pelo capitão Ramiro, que pressionava Vlado a dar informações de jornalistas que militavam no Partido Comunista. Ele não resistiu às torturas e faleceu dentro das dependências do DOI-CODI

Seus algozes montaram uma farsa para sustentar o suicídio por enforcamento como causa da morte de Vlado, o que foi logo contestado por Henry Sobel, presidente da Congregação Israelita Paulista. Sobel exigiu que Vlado, que era judeu, fosse sepultado na área central do Cemitério dos Israelitas e não no espaço destinado aos suicidas.

Seis dias depois do sepultamento, um grande culto ecumênico conduzido pelo cardeal D. Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor James Wrightem em memória de Vlado foi celebrado na Igreja da Sé em São Paulo e reuniu aproximadamente oito mil pessoas, sob forte vigilância dos militares que ouviram os brados de "Basta" dos presentes (dentre eles o nosso querido Dom Hélder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife).

Vlado sempre se colocou contra a luta armada. Sobre o porquê de optar pela militância no partido Comunista, respondeu: "É uma questão de momento. A situação política no Brasil é grave. Só há dois movimentos organizados que podem se articular para combater a ditadura – a Igreja e o Partido Comunista. Eu sou judeu. Só tenho uma opção”.

Em 1979 a Justiça brasileira condenou a União pelo assassinato de Vlado. Apenas em 2013, a família teve nas mãos uma nova certidão de óbito, na qual a morte foi registrada como resultado de “lesões e maus tratos” infligidos no “II Exército (DOI-CODI)” –  um eufemismo ainda para abuso, tortura, homicídio. O caso Herzog foi apreciado até na Corte Interamericana de Direitos Humanos em 2017 numa audiência em São José, na Costa Rica.

50 anos depois de sua morte, sua família mantém vivo o legado de Vlado através do Instituto Vladimir Herzog. Uma de suas frases parece ter sido escrita para o que está acontecendo nos dias atuais: “Quando perdemos a capacidade de nos indignar com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerar seres humanos civilizados”. Casos como o de Vlado, do estudante Edson Luís, da estilista Zuzu Angel e seu filho Stuart Angel, da poetisa Soledad Barret, da psicóloga Iara Iavelberg devem ser lembrados para não serem esquecidos, e principalmente lutarmos para que nunca mais voltem a acontecer. Ditadura? Nunca Mais! 🙅🙅🙅

*O autor é professor da rede pública estadual de ensino e historiador; membro da ALAP, IAHGP, UBE, e do IHGAAP. Instagram: @josericardope01



domingo, 5 de outubro de 2025

💪👊 A CONVENÇÃO DE BEBERIBE 📜✍️


por José Ricardo de Souza*

Quem passa hoje na praça da Convenção no bairro de Beberibe e se depara com o monumento erguido em 1972, obra do gigante Abelardo da Hora, sequer imagina que ali (ou bem próximo daquele local) um grande acordo conseguiu evitar um banho de sangue fratricida na então Província de Pernambuco em 1821, um ano antes da emancipação política do Brasil em relação a Portugal, efetuada em 7 de setembro de 1822 às (quase) margens do riacho do Ipiranga por D. Pedro. Mazombos (como eram chamados os “nascidos” na terra) e pés-de-chumbo (como chamavam os portugueses), e aqui vale lembrar que estes adjetivos eram uma espécie de bullyng da época, chegaram a um consenso em 5 de outubro de 1821 no acordo que ficou conhecido como Convenção de Beberibe.

As tensões na Província de Pernambuco vinham de muitos anos antes e estavam relacionadas principalmente à questões políticas (a ingerência da Coroa Portuguesa sediada no Rio de Janeiro que impedia a autonomia local) e econômicas (cobranças de impostos e decadência da agromanufatura da cana-de-açúcar agravada com a descoberta de ouro e metais precisos no centro-sudeste). Pernambuco cultivava seus brios desde a expulsão dos holandeses em 1654 e não estava disposto a ceder aos pleitos da corte joanina que estava exilada no Brasil após a invasão das tropas napoleônicas em Portugal.

No dia 6 de março de 1817 explodiu uma Revolução republicana, federalista, e constitucionalista; liderada principalmente por religiosos ligados à Maçonaria, daí o nome “Revolução dos Padres”. Frei Caneca tem seu batismo revolucionário nesta revolta (ele estava na benção das bandeiras em 2 de abril de 1817). 1817 teve de tudo um pouco: brigas, mortes, bandeira (que aliás até hoje é a bandeira oficial do Estado, claro que com algumas modificações), jornal (“Preciso”), um esboço de constituição, embaixador do Brasil nos Estados Unidos (Antônio Gonçalves da Cruz, mas você ouve falar mais dele como Cruz Cabugá), e até um romance shakespeariano entre o comerciante capixaba Domingos José Martins e a filha de comerciantes portugueses Maria Teodora da Costa.

Tudo ia bem se não fosse um detalhe: alforriar os escravizados que lutassem lado a lado com os revolucionários; afinal a vibe hatianista de Toussaint Louverture (liderança negra da Independência do Haiti) não havia sido bem digerida pelos senhores de engenho, que de antemão retiraram seu apoio à causa rebelde. Não se faz uma revolução apenas com ideias e, principalmente, sem armas! Dom João, retratado equivocadamente como um néscio (eufemismo de idiota) não titubeou em reprimir violentamente a Revolução de 1817 que durou apenas 75 dias e terminou com muito sangue derramado, inclusive eclesiástico – pela primeira vez na História do Brasil condenou-se padres a pena capital. Prisões e degredos deram o plus que faltava para desencorajar novas revoltas na província, agora sob o jugo do general português Luís do Rego Barreto.

1817, no entanto, deixou feridas abertas que sangraram em 1820 com a Revolução Constitucionalista do Porto que aconteceu em 24 de agosto daquele ano, e desatou dois nós: o da anistia aos presos políticos de 1817, e o do reconhecimento do poder local das juntas governativas nas províncias. É nessa brecha que os goianenses, liderados por Francisco de Paula Gomes dos Santos e Felippe Menna Callado da Fonseca, egressos das lutas de 1817, tomaram posse na Junta Governativa de Goiana em 29 de agosto de 1821. Rego Barreto ficou enfurecido, mas sem deixar o cargo, um afago de Dom João pelo servicinho sujo feito para reprimir os pernambucanos.

A província de Pernambuco ficou então dividida entre duas juntas e o impasse estava na disputa entre quem de fato mandaria: os mazombos de Paula Gomes e Callado da Fonseca ou os pés-de-chumbo de Rego Barreto? Olha aí as rusgas de 1817 aparecendo novamente… Já que não havia um consenso amigável, ambas trocaram a força do argumento pelo argumento da força! E estavam dispostos a resolver no braço e na bala o que não conseguiram na conversa e no bico de pena.

Em 15 de setembro de 1821, o exército goianense (se é que podemos chamá-lo assim, até porque estava muito mais para uma milícia particular) desceu rumo ao Recife, comandado por Felippe Menna Callado da Fonseca. Houve conflitos em quatro pontos de Olinda, inclusive na estrada entre o Engenho Fragoso e o bairro de Guadalupe; e em Afogados no Recife. Se não fosse pela deserção nas tropas leais a Rego Barreto, os pernambucos teriam sido derrotados logo em Igarassu, mas valendo-se dessa desorganização militar do lado português, foi que Callado da Fonseca conseguiu levar os goianenses até Recife e cercar a cidade.

À beira de um confronto violento e mortal para ambos os lados, os comandantes Callado da Fonseca  e Rego Barreto firmaram uma trégua, que reconhecia a existência das duas juntas: a goianense e a recifense; seguindo de uma proposta, no mínimo, audaciosa e arriscada para os portugueses: decidir nas urnas quem deveria governar a província. Rego Barros dobrou a aposta e assegurou que se fosse derrotado deixaria o Brasil. O pleito eleitoral se deu em 26 de outubro de 1821 na Sé de Olinda, e para alegria dos pernambucanos, o vencedor foi o comerciante Gervásio Pires Ferreira. Rego Barreto cumpriu a promessa e no mesmo dia zarpou para Lisboa, acompanhado de parte de suas tropas e de protegidos e amigos, compreendendo que sua missão no Brasil estava concluída. Era o fim do Governo português em Pernambuco.

A vitória de Gervásio Pires, na prática, representou a autonomia político-administrativa que vinha sendo pautada desde a Revolução de 1817. Apesar de não ter concluído seu mandato (ele sofreu um golpe em 17 de setembro de 1822, dez dias após a Independência do Brasil e acabou sendo substituído por um grupo ligado à oligarquia rural: a “Junta dos Matutos”), Gervásio Pires na condução da Junta Provisória do Governo de Pernambuco conseguiu antecipar em onze meses a emancipação política pernambucana antes mesmo do Grito do Ipiranga. Convém salientar que é impossível separar a Junta Governativa de Goiana da Convenção de Beberibe. Ambas são dois lados de uma mesma moeda, cujo valor está na coragem, ousadia e determinação do povo pernambucano.

* O autor é professor da rede pública estadual de ensino e historiador. Membro da ALAP (Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista), IAHGP (Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano) e do IHGAAP (Instituto Histórico. Geográfico, Arqueológico e Antropológico da Cidade do Paulista).

sábado, 27 de setembro de 2025

⏳💣💥 PERNAMBUCO TEM HISTÓRIA 💙⌛❤

🔪🔥💥🗡️ Fomos de lutas históricas:

💣 Insurreição Pernambucana de 1645
💣 Guerra dos Mascates de 1710
💣 Conjuração dos Suassunas de 1801
💣 Revolução Pernambucana de 1817
💣 Junta Governativa de Goiana de 1821
💣 Convenção de Beberibe de 1821
💣 Guerra dos Cabanos de 1832
💣 Pedrosada de 1823
💣 Confederação do Equador de 1824
💣 Pedra do Reino de 1835
💣 Revolução Praieira de 1848
💣 Ronco da Abelha de 1851
💣 Movimento Abolicionista
💣 Cangaço do final do século XIX e começo do século XX
💣 Ligas Camponesas na década de 60 do século XX

⚔️ Quem lutou pra expulsar os holandeses? 🤔
⚔️ Quem deu o primeiro grito de república do Brasil? 🤔
⚔️ Quem chegou ao poder por 75 dias antes da emancipação política? 🤔
⚔️ Quem conseguiu antecipar a independência em onze meses com a  Convenção de Beberibe? 🤔
⚔️ Quem lutou contra o absolutismo de D. Pedro I? 🤔
⚔️ Quem fez o manifesto dos praieiros? 🤔
⚔️ Quem defendeu a abolição dos escravos em discursos ardorosos no Teatro de Santa Isabel? 🤔
⚔️ Quem defendeu o direito dos camponeses terem terra para plantar e viver com dignidade? 🤔

💪🤨👊 Quem tem Frei Caneca, Henrique Dias, Felipe Camarão, Lampião, Cipriano Barata, Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, Padre Roma, Frei Miguelinho, Bernardo Vieira de Melo, José de Barros Lima (Leão Coroado), Gervásio Pires Ferreira, Antônio Gonçalves Cruz (Cabugá), André Vital de Negreiros, Malunguinho, Zumbi, Anna Paes, Branca Dias, Joaquim Nabuco, Pereira da Costa, Francisco Julião e as heroínas de Tejucupapo tem muita História pra Contar. ❤⌛

🖱💻🔗 Quer conhecer mais a História de Pernambuco?🤔 Acesse os links abaixo e descubra porque somos o verdadeiro Leão do Norte. 💙😤❤

💪😠 A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 😤💪


🎬🎞 SUGESTÃO DE FILME SOBRE A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 🎞🎬


💪💣💥 POSTAGENS SOBRE A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 💥💣👊


🍺 CANECA DA LIBERDADE 👊 Web-série completa 💪


💣 POSTAGEM TEMÁTICA 😠 Bicentenário da Confederação do Equador de 1824 💪🗡


🎥 VÍDEOS SOBRE O BICENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 💣


🧑 DOIS JOAQUINS 👱‍♂️


⏳ TIRANDO DÚVIDAS DE HISTÓRIA 🕰 Quem foi a primeira mulher a governar Pernambuco? 🤔


⏳💖👩 PERNAMBUCANAS QUE FIZERAM HISTÓRIA 👰💄⌛


🏭 POSTAGENS SOBRE A CIDADE DO PAULISTA 🏠


🏠⏳🏠 HISTÓRIA DE MARANGUAPE I 🏠⌛🏠


💣⚔️💥 PAULISTA DE PERNAMBUCO E OS FARRAPOS GAÚCHOS 💥⚔️💣


🌳🧓 A CIDADE DE PAULISTA-PE E SUAS RELAÇÕES INDÍGENAS 👩🏽🌳


📻 POSTAGEM TEMÁTICA 📻 História do Rádio Pernambucano 🔈


🎭 POSTAGEM TEMÁTICA ✨ Grandes Nomes do Teatro Pernambucano 👏👏👏


#pernambucotemhistoria 
#historiadepernambuco
#historianasredessociais
#historialocal

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domingo, 21 de setembro de 2025

💪👊 SEM ANISTIA E SEM PEC DA BLINDAGEM ❌😠🙅

🙋🙋🏻‍♀️🙋‍♂️ 🇧🇷 🧭🕰️⏳

🌊⌛ Ninguém duvida que o mar da História é agitado e que o historiador é um homem do seu tempo. Evocando o célebre Eduardo Galeano, que sabiamente escreveu que "A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi, e contra o que foi, anuncia o que será", somos chamados a ter posicionamentos. E que fique muito claro: posições ideológicas, religiosas ou político-partidárias são prontamente delimitadas pela metodologia dos estudos históricos, que qualquer graduando, pesquisador, historiador ou acadêmico tem que usar para que suas teses e/ou teorias sejam validadas pelos seus pares na Academia. Fora disso, o que se faz (e muito) é desonestidade intelectual, quando não mau caratismo mesmo. A estória (com "e" mesmo) do Zumbi escravista é apenas um exemplo desses.

O momento histórico brasileiro (e mundial) é delicado. A ascensão dos extremismos de direita é pública e notória. O aparelhamento do Estado por grupos nitidamente fundamentalistas também. A frágil democracia está cada vez mais ameaçada por segmentos saudosos dos totalitarismos que pontuaram o século passado: fascismo, nazismo, franquismo, salazarismo, etc. Se omitir de posicionamentos por receio de cancelamentos ou afins é pura covardia de quem estuda, ensina, pesquisa e acompanha os processos históricos.

O que está em jogo não é ser de direita ou de esquerda (nem ser de centro), mas o direito às liberdades individuais e coletivas, às conquistas sociais e trabalhistas, à laicidade do Estado, e principalmente à pluralidade de ideias, valores, princípios que dialoguem com a diversidade coletiva e social, sem preconceitos ou discriminações de qualquer tipo. A luta não é por um, mas por todos, sem distinção de cor, origem, crença, gênero, ocupação, partido, classe social, etc.

O clamor por pautas progressistas em contraposição aos apelos do reacionarismo são vigentes, pungentes, e emergentes. É hora de acertar as contas com o passado e evitar possíveis erros que estragarão o nosso futuro. Sejamos vigilantes e atentos às reviravoltas que grupos e segmentos nefastos tanto almejam e desejam. Sem anistia, sem dosimetria, sem escala 6 X 1, sem PEC da Blindagem, mas com PATRIOTISMO, SOBERANIA, JUSTIÇA E SOBRETUDO DEMOCRACIA!!! É assim que se constroi um grande país, uma grande nação, e um futuro digno para aqueles que virão. 👶👧🧒

#NaoAAnistia 👊
#NaoADosimetria 👊
#NaoAEscala6x1 👊
#NaoaPECdaBlindagem 👊
#NaoAImpunidadeParaosPoliticos 👊

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domingo, 7 de setembro de 2025

🎉 POSTAGEM TEMÁTICA ESPECIAL ⚜️ Independência do Brasil 🇧🇷

👊 🎉 🇧🇷 🎉 👊

⚔📆⛓️‍💥 O sete de setembro é considerado como o Dia da Independência do Brasil", data solene em que se comemora o famoso Grito do Ipiranga dado pelo então príncipe-regente Dom Pedro. Narrativas à parte, nem sempre a história do processo de emancipação política do Brasil é contado como deveria: sem romantismos e com fidelidade aos fatos e à farta documentação que existem nos arquivos, museus, universidades, etc. A visão que ficou de uma independência masculinizada, sudestina, elitizada, não corresponde às centenas de lutas que ocorreram nas províncias até mesmo antes do 7 de setembro. Muito sangue e muitas vidas foram perdidas na Bahia, no Maranhão, no Piauí, no Grão-Pará (onde houve o massacre do Brigue Palhaço) para que a Independência fosse consolidada, entretanto, isso raramente é mencionado. Além, é claro do protagonismo pernambucano, seja em 1817, com a Revolução Pernambucana, seja em 1821 com a Junta Governativa de Goiana e a Convenção de Beberibe. Uma independência sem o povo não é independência, e foi com essa premissa que desde 2021 o projeto Muita História pra Contar vem procurando resgatar fatos, personagens, episódios pouco conhecidos ou lembrados quando se fala da Independência do Brasil. O resultado deste trabalho é um farto material que pode ser acessado nos links abaixo para que professores, estudantes, pesquisadores, e comunidade em geral, possam ter uma visão mais ampla do que foi a nossa Independência, um processo que 203 anos depois precisa ser melhor conhecido. 📖🧐

💻🖱 Blog Contagem Regressiva para o Bicentenário da Independência


🗳🙋‍♂️ 29.08.21 - 200 Anos da Junta Governativa de Goiana


🗳🤝 05.10.21 - Bicentenário da Convenção de Beberibe


🤴👑 12.10.22 - 200 Anos da Aclamação de D. Pedro I como Imperador do Brasil


💣💥 08.11.22 - 200 Anos da Batalha de Pirajá na Bahia


🤴👑 01.12.22 - 200 Anos da Coroação de D. Pedro I como Imperador do Brasil


💣💥 07.01.23 - 200 Anos da Batalha de Itaparica na Bahia


💣💥 13.03.23 - 200 Anos da Batalha do Jenipapo


💪🏽👊🏾 02.07.23 - Bicentenário da Independência da Bahia


📜✍ 06.07.23 - 201 Anos do Manifesto de D. Pedro dirigido às Nações Estrangeiras


🇧🇷🤝 28.07.23 - 200 Anos da Adesão do Maranhão à Independência do Brasil


🇧🇷🤝 15.08.23 - 200 Anos da Adesão do Pará à Independência do Brasil


🎼🥁 16.08.23 - 201 Anos da Composição do Hino da Independência do Brasil


🇧🇷🤝 19.10.23 - 201 Anos da Adesão do Piauí à Independência do Brasil


💀⚰ 20.10.23 - 200 Anos do Massacre do Brigue Palhaço


👸👑 02.09.24 - 202 Anos da Reunião do Conselho de Estado presidido por Maria Leopoldina


💣💥 11.01.24 - 202 Anos do Levante de Avilez contra D. Pedro


⚜️ O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL ⚜️


🗡️🇧🇷 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A "INDEPENDÊNCIA DO BRASIL" 🇧🇷🗡️


🗡️🇧🇷 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A "INDEPENDÊNCIA DO BRASIL" - II 🇧🇷🗡️


📚 TIRANDO DÚVIDAS❓ HISTÓRIA ⌛ Maria Leopoldina Assinou o Decreto de Independência do Brasil?🤔


#setedesetembro
#diadaindependenciadobrasil
#emancipacaopoliticadobrasil
#203anosdaindependenciadobrasil

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

📘 PROFESSOR LANÇA E-BOOK SOBRE A HISTÓRIA DA CIDADE DO PAULISTA 📙

O professor da rede pública estadual e historiador José Ricardo de Souza, membro dos Institutos Históricos de Paulista (IHGAAP), e Pernambucano (IAHGP), está lançando hoje, dia 1° de setembro, seu terceiro e-book "PAULISTA UMA HISTÓRIA - 90 anos em 90 páginas", um presente que o autor quis dar à cidade pela passagem dos seus 90 anos de emancipação política, a serem celebrados no próximo dia 4 de setembro.

Com o prefácio da poetisa e escritora Bernadete Serpa, fundadora da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista - ALAP, o e-book está dividido em 24 capítulos que abordam desde a chegada dos portugueses até aspectos mais contemporâneos, como o Terminal Pelópidas Silveira.

A novidade é que pela primeira vez os leitores puderam escolher a capa de um e-book através de uma votação no perfil do Instagram e pelo Google Formulário.

A opção 3 foi a vencedora com 20 votos contra 13 das opções 1 e 2 (que empataram). Participaram da escolha 70 pessoas, em sua maioria seguidoras do projeto Muita História pra Contar

O e-book nasceu a partir do site J.R.S. Conta as Histórias, o primeiro criado para contar a História da cidade. Ativo desde 2020, a página recebeu o prêmio "Melhores do Ano 2022" na categoria melhor site, em votação aberta no Instagram promovida pela Agência de Marketing Digital A2.

O e-book será distribuído gratuitamente nos grupos e perfis do Projeto Muita História pra Contar. A ideia é que este material chegue ao maior número de pessoas possíveis e possa despertar o sentimento de pertencimento nos munícipes estimulando o amor ao local em que moram e vivem.

A concepção do projeto foi do próprio professor, editado no aplicativo Canva Educacional, com artes do próprio aplicativo. Mais uma iniciativa do projeto Muita História pra Contar, a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica diariamente e simultaneamente nas principais redes sociais os principais personagens e fatos históricos de cada data.

Serviço:

E-BOOK PAULISTA UMA HISTÓRIA - 90 anos em 90 páginas.
Distribuição gratuita nos grupos e perfis do projeto Muita História pra Contar ou através do link abaixo:


#PaulistaUmaHistoria90Anos
#HistoriadaCidadedoPaulista
#HistoriaLocal
#LivroDigital

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🖱  Baixe pelo QR-Code meu novo e-book sobre a História da Cidade do Paulista. ☝

terça-feira, 19 de agosto de 2025

⏳ POSTAGEM TEMÁTICA 🕰 19 de Agosto 🛡 Dia do Historiador ⌛

❤ 🕰 ⌛ 🧭 ⏳ ⏰ ⌛ ⏱ ❤

💖✨👏 Para que os feitos dos homens não se percam nas névoas do tempo existem pessoas que dedicam suas vidas pesquisando em fontes, livros, acervos, bibliotecas, arquivos, etc., investigando cada momento, cada época, cada movimento ou revolução. Para elas o passado está mais presente do que parece, e estudá-lo é uma forma de compreender porque somos a partir do que fomos. O tempo é sua matéria-prima, a ação humana seu tecido, e a diversidade ideológica, religiosa, cultural, seu viés entrelaçador. Quem são eles, senão historiadores, que em salas de aula, universidades, museus, centros de pesquisa e documentação, assessorando produções televisivas ou cinematográficas, ou mesmo numa solitária mesa, zelam pelo grande legado humano deixado pelas gerações anteriores. Ao longo desses cinco anos o projeto MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR, a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica diariamente e simultaneamente nas principais redes sociais as efemérides dos personagens e fatos que marcaram a história, registrou em seu blog nomes importantes da historiografia brasileira e mundial. Esta estranha confraria que mais do que ensinar o passado, ensina às pessoas o quanto o conhecimento histórico pode ser encantador, arrebatador, cativante e emocionante! Quer saber quem são estes profissionais, guardiões do passado e fomentadores do futuro? Clique nos links abaixo:

⌛✍️ ALBERTO DA COSTA E SILVA


⌛✍️ ALFREDO BOULOS JUNIOR


⌛✍️ AMARO QUINTAS


⌛✍️ ANEIDE SANTANA


⌛✍️ ANITA LEOCÁDIA PRESTES


⌛✍️ ANITA NOVINSKY


⌛✍️ BORIS FAUSTO


⌛✍️ ERIC HOBSBAWM


⌛✍️ FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM

✅ https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/02/hoje-na-historia-170221-205-anos-de.html

⌛✍️ FRANCISCO AUGUSTO PEREIRA DA COSTA


⌛✍️ JACQUES LE GOFF


⌛✍️ JOAQUIM NABUCO


⌛✍️ JOSÉ ERNANI MESTRINHO


⌛✍️ JOSÉ MURILO DE CARVALHO


⌛✍️ LEONARDO DANTAS


⌛✍️ LILIA MORITZ SCHWARCZ


⌛✍️ MARIO FURLEY SCHMIDT


⌛✍️ NELSON WERNECK SODRÉ


⌛✍️ PATRÍCIA RAMOS BRAICK


⌛✍️ SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA


⏳❤🕰 #diadohistoriador 🕰❤⌛

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sexta-feira, 11 de julho de 2025

🏫🙋 ESCOLHA DOS LIVROS DIDÁTICOS - PNLD 2026 📗📘📙

📕📘 🏫 📙📗

👨‍🏫👩🏽‍🏫 Aos colegas professores, educadores de apoio e gestores, que este ano farão a escolha do livro didático para 2026, dentro do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o projeto Muita História pra Contar – a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica diariamente e simultaneamente nas principais redes sociais as efemérides dos personagens e fatos que marcaram a História – disponibiliza de forma organizada e sintética os links das editoras que tiveram obras contempladas para avaliação dos docentes. A partir dos links é possível baixar em .pdf as obras completas para serem analisadas. Dessa forma o projeto Muita História pra Contar contribui para facilitar a vida daqueles que utilizam nossas postagens no seu fazer pedagógico. Uma boa escolha para todos vocês. 🤝📖

EDITORA FTD

📚 Coleções disponíveis: 360° e Por Toda a Parte
 

EDITORAS ÁTICA, SARAIVA E SCIPIONNE - Portal E-Docente

📚 Coleções disponíveis: Identidade Saraiva, Do Seu Jeito, Ciência Viva e Sínteses (língua espanhola)


EDITORA DO BRASIL

📚 Coleção disponível: Interação


EDITORA DO BRASIL

📚 Coleções disponíveis: Moderna Plus e SuperAÇÃO


EDITORA SM

📚 Coleções disponíveis: Ser Protagonista, Dome e Puentes (as duas últimas apenas Linguagens e suas Tecnologias 2)


GRUPO PROSA NOVA

📚 Obra disponível: Consciência - Uma Jornada pela Educação Digital


#PNLD2026
#LivrosDidaticosEnsinoMedio
#ProjetosIntegradores
#EscolhadosLivros
#LivrosDigitais

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quinta-feira, 10 de julho de 2025

📘📙 COLEÇÃO BICENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 📗📓

📚 Aos estudantes, professores, pesquisadores e aos que se interessam pela História de Pernambuco, sugiro baixar estes livros gratuitamente na Livraria do Senado. Fazem parte da Coleção Bicentenário da Confederação do Equador, um movimento federalista e constitucional liderado por Manoel de Carvalho Paes de Andrade e Frei Caneca. Conhecer a nossa História é fundamental para entender o presente e planejar os rumos do futuro. ⏳❤⌛

📖 Confederação do Equador
A Luta pela Cidadania na Construção do Brasil

✍ George F. Cabral de Souza e Marcus Joaquim Maciel de Carvalho (Organizadores)


📖 Os Mártires da Confederação do Equador no Ceará

✍ Júlio Lima Verde Campos de Oliveira (organizador)


📖 Visões Pernambucanas sobre a Independência e o Império:
Joaquim Nabuco, Oliveira Lima, Gilberto Freyre e Evaldo Cabral de Mello

✍ André Heráclio do Rêgo (Organizador)


📖 Entre o Império e a República:
O século XIX na obra de Gilberto 

✍ André Heráclio do Rêgo


📖 A Paraíba na Confederação do Equador

✍ Josemir Camilo de Melo


#201anosdaconfederacaodoequador
#bicentenariodaconfederacaodoequador
#confederacaodoequador
#historiadepernambuco

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👉 Para saber mais sobre a Confederação do Equador de 1824, acesse:




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quarta-feira, 2 de julho de 2025

🎥 VÍDEOS SOBRE O BICENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 💣

💣💥⚔️ 2️⃣0️⃣0️⃣ ⚔️💥💣

📆⌛ Ao longo de 2024 e 2025, vários eventos foram realizados eventos foram realizados para celebrar o Bicentenário da Confederação do Equador de 1824. Além de palestras, conferências e lançamento de livros, tivemos também a produção de vários materiais, que contemplaram os mais variados formatos – podcasts, vídeos, documentários, etc. A maioria deles pode ser acessada no Youtube, no TikTok, e em plataformas de streaming, como o Spotify. Com o objetivo de facilitar a vida de estudantes, professores, pesquisadores, e demais interessados em conhecer mais sobre este importante movimento republicano e federalista pernambucano, o Projeto Muita História pra Contar, reúne numa única postagem os links deste vasto material produzido especialmente para este Bicentenário. Um acervo ímpar, com dezenas de palestras, podcasts, vídeos, etc.; escolhidos cuidadosamente pelo professor e historiador José Ricardo, criador do Muita História pra Contar. Não deixem de conhecer a História de um dos movimentos mais importantes da História pernambucana, com os melhores autores e pesquisadores, que se debruçaram para dar o melhor legado possível das comemorações deste Bicentenário da Confederação do Equador. Um verdadeiro deleite para os amantes da História de nosso estado. E só para lembrar: em 2048 teremos mais um bicentenário, desta vez da Revolução Praieira. Até lá, vamos se aprofundando mais sobre 1817 e 1824, dois movimentos ímpares que o Leão do Norte deixou para o Brasil. 💣💥😠

⌛ SEMINÁRIO COMEMORATIVO DOS 200 ANOS DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 1824-2024 - Primeiro dia - 02 de julho de 2024 - Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.


⌛ SEMINÁRIO COMEMORATIVO DOS 200 ANOS DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 1824-2024 - Segundo dia - 03 de julho de 2024 - Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.


🎬 200 ANOS DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR - Reportagem exibida na TV Tribuna


🎙 SAGAS PERNAMBUCANAS - Podcast narrativo da Rádio Alepe conta os episódios da Confederação do Equador.


🎬 CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR - 200 ANOS - Vídeo institucional da Assembleia Legislativa de Pernambuco - ALEPE


⌛ Seminário Confederação do Equador e os desafios da cidadania e do republicanismo no Brasil/1824-2004 - 14 de agosto de 2024 - Abertura e primeira conferência


⌛ Seminário Confederação do Equador e os desafios da cidadania e do republicanismo no Brasil/1824-2004 -15 de agosto de 2024 - Segundo dia.


⌛ Seminário Confederação do Equador: desafios da cidadania e do republicanismo no Brasil/1824-2004 - 16 de agosto de 2024 - Encerramento com palestras e apresentação teatral.


⌛ Mesa redonda: “200 anos da Confederação do Equador: dimensões, legados e atualidade” - organizada pela Comissão Estadual Comemorativa do Bicentenário da Confederação do Equador do Estado de Pernambuco (Brasil), em colaboração com a Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). 


🎙 Podcast Papo Legal com Charles Roger - 02/12/2024 # 126 - Com Margarida Cantarelli e José Ricardo sobre o Bicentenário da Confederação do Equador


🎭 CANECA DA LIBERDADE 👊 - Monólogo apresentado na Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista - ALAP


🎬 Uma outra independência | Episódio 1: Um herói sem rosto - Produção do TV Senado


🏛️ Audiência pública e lançamento de documentário sobre a Confederação do Equador – 1/7/25


🎭 Monólogo "Meu Nome é Joaquim do Amor Caneca" apresentado na reunião da ALAP - Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista em 13 de janeiro de 2024, pela passagem dos 199 anos do arcabuzamento de Frei Caneca.



👨‍🏫 Trecho da Aula sobre o Final da Confederação do Equador na EREM Professora Amarina Simões - 29 de novembro de 2024


#201anosdaconfederacaodoequador
#bicentenariodaconfederacaodoequador
#confederacaodoequador
#historiadepernambuco

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sábado, 28 de junho de 2025

👥🎉🌈 POSTAGEM TEMÁTICA - Dia do Orgulho LGBTQIA+ 🏳️‍🌈🎉👥

🏳‍🌈🌈 👬👭 🏳‍🌈🌈

💙❤💚💛💜🧡 Ao longo da História, vários personagens foram invisibilizados por causa da sua orientação sexual. O "amor que não ousa dizer o nome", como falava o escritor inglês Oscar Wilde, deixou de fora das páginas dos livros dezenas de homens e mulheres que romperam com o padrão heteronormativo e sofreram preconceitos nas esferas que atuaram. Das perseguições aos artistas como Ney Matogrosso e Zé Celso chegando até a casos extremos, como o suicídio de Alan Turing, os homoafetivos, bissexuais, transexuais e afins sempre foram vistos como pecadores, transgressores e devassos. Apesar disso, a História mostra que eles e elas se destacaram nas mais variadas áreas: da música à ciência, do teatro à política, da pintura à literatura, vão aparecer homoafetivos que deixaram sua contribuição. É claro que o projeto Muita História pra Contar – a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica diariamente e simultaneamente nas principais redes sociais as efemérides dos personagens e fatos que marcaram a história – não poderia deixar de fora a trajetória desses personagens e (re)visitou suas biografias em várias postagens, cujos links abaixo disponibilizamos para quem quiser saber mais sobre eles e elas. O legado dos LGBTQIA+ merece ser conhecido e reconhecido, sem julgamentos e preconceitos, mas com muito orgulho de quem são ou foram! 👏👏👏👏👏👏

🧮 ALAN TURING


🎼 CÁSSIA ELLER


🎼 CAZUZA


🎭 CLÁUDIA JIMENEZ


🎼 GAL COSTA


📺 GIL DO VIGOR


🎭 JORGE LAFOND


🎨 LEONARDO DA VINCI


🎼 MARIA BETHÂNIA


👊🏾 MARIELLE FRANCO


🎭 NEY LATORRACA


🎼 NEY MATOGROSSO


📝 OSCAR WILDE


🎭 PAULO GUSTAVO


🎨 RAFAEL SÂNZIO


🎼 RENATO RUSSO


🛩 SANTOS DUMONT


🎭 ZÉ CELSO


#DiadoOrgulhoLGBTQIA+
#PersonagensHistoricosLGBTQIA+
#LGBTQIA+NAHistoria

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quinta-feira, 19 de junho de 2025

🚀🚨 🇮🇱 ISRAEL X IRÃ - O Mundo em Conflito 🇮🇷 💣💥

por José Ricardo de Souza*

O mundo assiste, com temor, o avanço devastador da guerra entre Irã e Israel. Nos últimos dias, a escalada militar atingiu nível crítico, com riscos reais de um conflito ainda maior no Oriente Médio. As hostilidades entre israelenses e iranianos chegaram a um nível de tensão nunca visto desde o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, fazendo com que o tabuleiro geopolítico do Oriente Médio ficasse cada vez mais confuso e emblemático. A disputa pela hegemonia entre Estado Judeu israelense e o Estado Teocrático Xiita dos Aiatolás iranianos na maior região produtora de petróleo do planeta é um retrato fiel de um conflito que atravessa décadas, ou melhor, séculos, cujas origens podem ser encontradas na Antiguidade.

O Irã – herdeiro direto do grande Império Persa e dos impérios islâmicos que moldaram o mundo antigo e medieval – carrega mais de dois mil anos de história contínua, guerras, resistências e transformações. Não se trata de um Estado artificial nascido do pós-guerra ou da partilha colonial, mas de uma civilização enraizada, orgulhosa e calejada. A República Islâmica do Irã é uma potência regional com exército, soberania e estratégia. Os iranianos sabem o que é guerra – estiveram em muitas, e sobreviveram a todas. Desde as guerras com os gregos de Leônidas e Alexandre Magno até Saddam, passando por invasões mongóis e conflitos internos, o povo iraniano construiu uma memória coletiva que não se dobra fácil diante de pressões externas. Nesse sentido, o projeto belicista de Benjamin Netanyahu encontra um oponente à altura – não uma vítima inerme, não um inimigo frágil, mas um Estado que se move com racionalidade geopolítica e resiliência histórica.

Em Israel, as sirenes não param de tocar. Em Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, a população corre para abrigos subterrâneos. A embaixada americana em Jerusalém foi fechada. Do outro lado, milhares de civis deixaram Teerã com medo de uma retaliação ainda mais devastadora. O espaço aéreo foi parcialmente fechado. Segundo fontes diplomáticas, os Estados Unidos já mobilizaram navios e caças na região do Golfo Pérsico. A qualquer momento, podem intervir diretamente, arrastando o planeta para o abismo de uma guerra em larga escala. A diplomacia internacional parece paralisada diante da velocidade dos acontecimentos.

O Aiatolá Ali Khamenei fez alertas ao presidente americano sobre "danos irreparáveis" caso os militares dos Estados Unidos entrem no conflito ao lado de Israel. Em mensagem transmitida na televisão estatal, Khamenei afirmou que o Irã não se renderá. Até o papa Leão XIV pediu paz entre Israel e Irã: "A guerra é sempre uma derrota", disse ele. Não adiantou os apelos de Sua Santidade, Benyamin Netanyahu mira acabar com o programa nuclear iraniano, e mísseis contra Natanz, Isfahan e Fordow dão um tom mais perigoso ao conflito, uma vez que envolve instalações com material altamente radioativo e portanto capazes de lançar à guerra a graus de contaminação fatais principalmente para a população civil.

A entrada dos Estados Unidos no conflito pode ser a chave que vai virar de vez os rumos da guerra. As cartas estão lançadas. De um lado, Israel conta com o apoio dos Estados Unidos, da maioria dos países europeus e dos países árabes, incluindo a Arábia Saudita. Do outro, o Irã tem o apoio da Rússia, do grupo libanês Hezbolla, e de forma mais velada da China, que compra o petróleo iraniano. O Conselho de Segurança da ONU, que já foi convocado, trabalha para encontrar uma solução diplomática para a crise, mas até agora, sem obter sucesso.

A História mais uma vez se repete. Intervenções (desastrosas) dos Estados Unidos já aconteceram no Vietnã (1965), no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003) e os resultados foram países destroçados com vácuos de poder e muita convulsão interna – salvo o Vietnã, até hoje grupos rivais se digladiam no Iraque, enquanto que no Afeganistão o grupo sunita Talibã tomou o poder em 2021. A derrubada do regime xiita iraniano, que tomou o poder em 1979, pode jogar o país numa crise sem precedentes, além de gerar mais uma crise migratória, dentre tantas que já tivemos na Síria, no Iêmen, em Gaza, etc., movimento centenas de refugiados para fronteiras dos países vizinhos.

O futuro é incerto, o desfecho é imprevisível, a única certeza que temos é de que estamos a um pé de um conflito globalizado, um eufemismo para guerra mundial, desta vez com elementos nunca dantes vistos, como a inteligência artificial, os drones, a guerra cibernética, e a mobilização da opinião pública através das redes sociais. A História ensina que quando se mistura religião, poder, e sobrevivência tudo pode acontecer. Fiquemos atentos. O mar da História está mais agitado do que nunca, e as tempestades e procelas estão mais próximas do que se imagina.

* O autor é professor da rede pública estadual de ensino, historiador e pesquisador, e criador do projeto Muita História pra Contar. Membro honorário do IAHGP e da UBE, vice-presidente do IHGAAP, e sócio-fundador da ALAP.