domingo, 12 de junho de 2011

CONVERSA PARA OS NAMORADOS


por José Ricardo de Souza*

Felizes sejam os namorados, que deste amor abençoado nasça um namoro santificado, consagrado a Deus. Aos namorados cabe uma responsabilidade muito importante, que é se formar novas famílias. Isto mesmo, namoro é uma preparação para uma futura convivência familiar. Quem namora, não pode, nem deve, se esquecer disto. É claro que namoro que se preze tem seus momentos de descontração, de lazer, de aproveitar a vida, antes de assumir compromissos mais sérios como o sustento e o esteio de uma casa, criação dos filhos, etc. Entretanto, quando a gente se namora deve sempre repetir a mesma pergunta: será que meu namorado(a) vai ser mesmo um bom(boa) esposo(a) ? Será que a nossa convivência de namorados confirma que podemos continuar juntos para construir um mesmo projeto de vida comum ?

Há quem pense que namorar se resume a beijos e abraços, quando não a carícias e amassos! Não deveria ser bem assim. Assim como na vida, cada coisa tem seu momento certo, no namoro é a mesma coisa. Alguns namorados confundem as coisas, e acabam atrapalhando o processo natural do amadurecimento de um namoro. Exemplos não faltam para confirmar o que estou afirmando. Tem casais que mal começam o relacionamento já estão praticando sexo, se entregam de maneira ousada e irresponsável aos prazeres da carne. As conseqüências são mais funestas possíveis: gravidez indesejada, frieza no relacionamento, abandono e sensação de vazio. Quem cede demais aos apelos do corpo, acaba sem escutar a voz do coração, e nada pior do que um coração esquecido.

Não existem receitas, nem fórmulas prontas, para um namoro dar certo. Cada casal de namorados tem uma realidade própria que deve ser entendida dentro de seu contexto. O que pode ser bom para um casal, pode ser desastroso para outro. Valem algumas regras que considero essenciais: o afeto, o carinho (sem cair nos excessos das carícias), o respeito mútuo, a compreensão, a fidelidade (coisa rara hoje em dia), a sinceridade (falar sempre a verdade, mesmo quando esta seja dolorosa), a tolerância (aceitar as diferenças do outro). Sugiro que fujam dos ciúmes bobos, das fofoquinhas de amigos(as), das implicâncias de familiares e parentes (que sempre atrapalham), e do desejo de posse (ninguém é dono da vida do outro).

Quando possível, aprendam a rezar juntos, pois quem reza unido, permanecerá unido. Juntem as mãos, não apenas para andar pelas ruas, mas também para agradecer à Deus pelo amor de vocês. Aproveitem bem o namoro para se conhecerem, para entenderem as idéias do outro, para sonharem juntos. Namoro é troca de experiências, é doação, é partilha, é compromisso. Namoro não é sexo, não é traição, não é ciúme, nem obsessão. Namoro feliz é aquele que se constrói em cada alegria dividida, em cada lágrima partilhada, em cada luta vencida, em cada sonho realizado. Namoro triste é quando a gente diminui em valores, deixa de ser pessoa e passa a ser objeto de desejo sexual, passa a ser dominado e explorado pelo outro.

Aos namorados que deram e que dão certo, meus parabéns, deles é o reino da esperança de um dia formamos mais famílias unidas e felizes. Aos que não deram tão certo, minha solidariedade para que descubram a pessoa certa, mas que seja da forma certa, no lugar certo, e no momento certo também. Apaixonadamente, possamos ser mais abertos ao sentimento afetivo e que este possa abrir nossos corações para a beleza do ser humano, para a sutileza da natureza, para os mistérios de Deus. Abençoado seja o amor enamorado, que preencha os céus e a terra de ternura e paz. Assim seja.

* Artigo escrito especialmente para o Jornal "O Dialogo" da Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres de Maranguape - Paulista - PE.

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